Dexametasona pode estar a ser usada em Portugal e a "mascarar sintomas” da Covid-19

Em declarações à revista Sábado, o Infarmed refere que este tipo de medicamentos pode “mascarar os sintomas de uma infeção e adiar o tratamento necessário”.
Segundo a mesma publicação, a dexametasona provou reduzir casos graves da doença, ajudando também a evitar mortes de pacientes infetados por Covid-19. No entanto, o Infarmed não recomenda a sua administração nas formas oral e injetável em pessoas com “infeção por vírus”.
A Autoridade Nacional do Medicamento mostra-se inclusive reticente quanto aos estudos que têm sido divulgados, nomeadamente o ensaio Recovery da Universidade de Oxford, segundo o qual a dexametasona será o primeiro medicamento clinicamente testado que consegue tratar casos graves de COVID-19. O Infarmed diz que é preciso “aguardar para a publicação da análise dos resultados dos ensaios após escrutínio inter-pares”.
O ensaio da Universidade de Oxford aponta para uma redução de 20% das mortes relativamente a doentes com necessidade de oxigénio. Nestes casos, o tratamento com 6 miligramas de dexametasona uma vez por dia, por via oral ou por via intravenosa, mostrou resultados positivos. Por outro lado, não foi verificado qualquer benefício entre pacientes que não precisem de suporte respiratório.
Os resultados fizeram com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) descrevesse a dexametasona como o primeiro medicamento comprovado a reduzir a mortalidade em casos graves de Covid-19, mas ressalvou que são necessários mais estudos que o demonstrem. Dias depois, refere a Sábado, Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, afirmou que é preciso “aumentar a produção e distribuir rapidamente” a dexametasona em todo o Mundo.