Conta Satélite da Saúde

Despesa com a saúde no privado tem vindo a aumentar, diz INE

O Instituto Nacional de Estatística divulgou a Conta Satélite da Saúde relativa ao ano de 2018. Os dados preliminares revelam um aumento da despesa corrente em saúde de 5,1%, o maior crescimento dos últimos dez anos, atingindo agora os 18.345,1 milhões de euros, ou seja, 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Portugal continua abaixo da média europeia nesta relação entre a despesa em saúde e o valor do PIB.

As estimativas do INE apontam para um aumento da despesa corrente em saúde superior em 1,5% à variação nominal do PIB.

A segmentação entre a despesa corrente pública e privada releva também um crescimento em ambos os setores, de 5,3% e 4,6%, respetivamente. No primeiro caso, incluem-se os encargos suportados pelos agentes financiadores públicos, como o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Serviço Regional de Saúde (SRS) dos Açores e da Madeira, os subsistemas de saúde públicos e outras entidades da administração pública, como os fundos da Segurança Social.

A despesa corrente privada integra, por sua vez, os encargos da famílias e agentes financiadores privados, onde se incluem, por exemplo, as sociedades gestoras de seguros e outras e as instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias.

Os dados de 2017 indicam que a despesa corrente pública aumentou em todos os agentes financiadores – 3,5% no SNS e SRS e 3,7% nas outras unidades da administração pública (+3,7%). Entre os agentes privados, foram as sociedades de seguros (13,7%) e as famílias (2,6%) que mais contribuíram para o aumento da despesa corrente.

A despesa dos hospitais (5,5%) e prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (4,4%) cresceu a um ritmo superior aos congéneres públicos (4,1%), onde se verificaram também aumentos do consumo de produtos farmacêuticos, material de consumo clínico e com custos com pessoal.

As farmácias foram os únicos prestadores privados que registaram uma diminuição do seu peso relativo na despesa corrente, com menos 0,4% face a 2016.

Em 2017, o SNS e o SRS viram também a sua despesa aumentar 3,5% em 2017, devido ao reforço do financiamento nos hospitais privados (4,8%), nos prestadores públicos de cuidados de saúde em ambulatório (4,8%), nos hospitais públicos (4,4), nos prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (3,4%) e nas farmácias (2,0%).

Ainda assim, refere o INE, a despesa do SNS e SRS em farmácias tem vindo a perder importância relativa desde 2009, fixando-se em 12,9% em 2017.

As famílias registaram também um ligeiro abrandamento da despesa – menos 4,7% face a 2016 –, explicado pelo decréscimo da despesa em hospitais públicos (5,6%), em farmácias (0,9%) e em prestadores públicos de cuidados de saúde em ambulatório (0,4%).

Pelo contrário, a despesa das famílias em hospitais privados aumentou 6,1% e 3,9% em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório. Em 2018, estima-se que o financiamento das famílias tenha crescido 4,4%.

Os dados da Conta Satélite da Saúde divulgados pelo INE para o período de 2016-2018 são finais para o ano de 2016, provisórios para 2017 e preliminares para 2018.

Fonte: 
Ordem dos Farmacêuticos
Nota: 
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