Dados DGS

Cuidados agudos a doentes de AVC mantiveram-se em ano de pandemia

Segundo os dados hospitalares nacionais divulgados hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no âmbito do Dia Nacional do Nacional do Doente com AVC, em 2020, o número de internados em Unidades de AVC (UAVC) foi idêntico ao de 2019.

Durante o ano em análise, foram internados em Unidades de AVC 12.892 doentes: 9.243 por AVC isquémico, dos quais 2.112 foram tratados com medicamentos trombolíticos, e 2.203 foram submetidos a tratamento de trombectomia endovascular. Em 2019 tinham sido internados 12.996 doentes: 9.841 por AVC isquémico, dos quais 2.467 foram tratados com medicamentos trombolíticos, e 2.057 foram submetidos a tratamento de trombectomia endovascular.

Mantiveram-se, ainda, 38 UAVC capazes de oferecer tratamento trombolítico em Portugal, correspondendo a 303 camas, e, destas, 10 UAVC, correspondendo a 107 camas, tiveram capacidade para oferecer tratamento de trombectomia endovascular.

Relativamente aos tratamentos de reabertura da artéria ocluída, houve um ligeiro aumento de tratamentos de revascularização endovascular (trombectomia), passíveis de administração idealmente antes das 6 horas após os sintomas e, no máximo, até às 24 horas, sendo efetuados apenas em centros hospitalares mais diferenciados. Por outro lado, registou-se uma ligeira diminuição dos tratamentos trombolíticos intravenosos, de uso possível apenas nas primeiras 4,5 horas de sintomas. trombolíticos intravenosos, de uso possível apenas nas primeiras 4,5 horas de sintomas. 

Segundo a DGS, “estes dados poderão refletir, por um lado, a disponibilidade que os centros hospitalares mais diferenciados mantiveram no tratamento endovascular dos casos graves de AVC. Por outro lado, poderão espelhar a resistência dos doentes e cuidadores em recorrer aos hospitais em caso de sintomas nesse período, assim como uma maior dificuldade das estruturas e equipas hospitalares nessa fase hiperaguda em 2020”.

A primeira causa de morte e de incapacidade permanente em Portugal é o acidente vascular cerebral, doença que afeta o cérebro, podendo provocar uma deficiência súbita, por entupimento (AVC isquémico) ou rotura (AVC hemorrágico) de uma artéria cerebral. Os tratamentos de revascularização citados (trombolítico e trombectomia) permitem o desentupimento da artéria afetada, facilitando o acesso do sangue ao cérebro.

Hipertensão arterial, tabagismo, diabetes, colesterol alto, fibrilação auricular e placas ateroscleróticas nas artérias são doenças que aumentam o risco de ter um AVC.

O aparecimento súbito de um dos 3 sinais de alerta (3 F’s) - dificuldade em falar, ou desvio da face, ou falta de força num braço – é motivo para telefonar imediatamente para o 112 e referir os sinais identificados, relembra a DGS que acrescenta: "a chegada atempada à unidade hospitalar permitirá a realização de tratamentos que apenas são eficazes nas primeiras horas após o início do AVC, diminuindo em cerca de 30 a 50% a probabilidade de morte ou de incapacidade grave".

 

Fonte: 
DGS
Nota: 
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