Ensaio Clínico

Crianças com paralisia cerebral apresentam melhorias após tratamento com células estaminais do cordão umbilical

O tratamento de paralisia cerebral com células estaminais revela-se promissor, segundo os resultados de um ensaio clínico em que participaram 39 crianças com paralisia cerebral, com idades entre os 2 e os 12 anos.

As crianças foram divididas em dois grupos: o grupo experimental, que recebeu células estaminais do tecido do cordão umbilical; e o grupo controlo, que recebeu placebo. Adicionalmente, todas as crianças foram incluídas num programa de reabilitação e seguidas durante um ano após o tratamento.

Os investigadores compararam o desempenho das crianças de ambos os grupos utilizando três testes, realizados antes e após o tratamento, que mediram a facilidade na realização das atividades quotidianas, a compreensão, a linguagem e a função motora. Embora o desempenho inicial das 39 crianças tenha sido idêntico nos três testes, após o tratamento observaram-se diferenças entre os dois grupos. Após um ano, as crianças que receberam células estaminais registaram mais melhorias na capacidade motora e na realização de atividades do dia-a-dia, comparativamente às que receberam placebo.

Para os autores do estudo, os resultados indicam que a terapia com células estaminais do cordão umbilical é capaz de promover melhorias, que vão para além das conseguidas unicamente através de reabilitação.

De acordo com Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, “Os resultados deste ensaio clínico, juntamente com outros casos publicados, sugerem que a utilização de células estaminais, em conjunto com as abordagens tradicionais, poderá vir a desempenhar um papel preponderante no tratamento desta condição”.

A paralisia cerebral é geralmente causada por lesões neurológicas ocorridas durante a gestação ou na altura do nascimento. Atualmente, estima-se que afete cerca de 2 em cada 1000 recém-nascidos em todo o mundo, sendo a principal causa de incapacidade na infância. As abordagens terapêuticas atuais dirigem-se à melhoria da postura, controlo do movimento e autonomia da criança, não atuando na lesão cerebral subjacente. Torna-se, portanto, urgente encontrar novas estratégias eficazes no tratamento desta condição.

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