Uma iniciativa de Saúde Pública da Gilead Sciences

Criada a Primeira Comunidade de Prática Portuguesa sobre rastreio e deteção precoce de VIH e Hepatites Virais

Com o apoio da Gilead, vai surgir em Portugal a primeira Comunidade de Prática para a promoção do rastreio do VIH e das hepatites virais. Os peritos vão partilhar experiências, casos de sucesso e projetos que fortalecem a saúde pública e ajudam a detetar novos casos. Desde 2018, o Programa FOCUS estabeleceu parcerias com hospitais, centros de saúde e organizações não governamentais em regiões-chave de Portugal e Espanha, permitindo aos parceiros realizar 380.000 testes de VIH e hepatites virais B e C, tornando-o em ambos os países, e até à data, o maior programa de rastreio de vírus transmitidos pelo sangue.

As organizações que integram o Programa FOCUS da Gilead reunem-se no próximo día 28 de julho, Dia Mundial de Combate às Hepatites, para dar início à primeira Comunidade de Prática portuguesa dedicada ao rastreio e ligação aos cuidados de saúde de pessoas que vivem com VIH e hepatites virais.

Esta inovadora Comunidade de peritos reunir-se-á trimestralmente e trabalhará para reforçar a saúde pública, à medida que as organizações parceiras aprendem, partilham experiências e colaboram na resolução de problemas comuns para travar o VIH e os vírus das hepatites B e C nas suas comunidades.

O objetivo primeiro do programa FOCUS passa por sistematizar o rastreio destas infeções, integrando-o no circuito clínico de saúde juntamente com outras análises sanguíneas.

Esta primeira reunião da Comunidade de Prática contará com a participação de todos os membros que integram o programa FOCUS em Portugal — Hospital de Cascais, Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM) e Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) —, bem como de outras entidades que poderão vir a aderir ao programa no futuro.

O Hospital de Cascais foi o primeiro a implementar o programa FOCUS na União Europeia, em setembro de 2018. “Ao testarmos os utentes do serviço de urgência de forma automatizada, estamos a conseguir identificar mais pessoas infetadas e estamos a fazê-lo mais cedo no decurso da sua infeção, porque as testamos em fase assintomática, em que ainda não manifestam qualquer sinal ou sintoma de doença avançada”, refere Inês Vaz Pinto, coordenadora da unidade de VIH do Hospital de Cascais.

Com a nova estratégia de rastreio, o hospital conseguiu reduzir a percentagem de doentes diagnosticados em fase tardia de 90% para 40% dos casos, melhorando significativamente as suas oportunidades de viver uma vida mais longa e saudável.

 “Diagnosticar os doentes mais precocemente é muito importante para a saúde individual de cada um, mas é igualmente importante para a saúde pública, pois conseguimos quebrar a cadeia de transmissão do vírus”, conclui.

O programa demonstrou também ser capaz de grande resiliência durante a pandemia de COVID-19, mantendo o rastreio mesmo durante os períodos mais difíceis de confinamento, em que os serviços estavam reduzidos a cuidados essenciais.

Já na Região Autónoma da Madeira, e nas palavras de Vítor Magno Pereira, Médico Especialista em Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Funchal, “este programa, que teve o importante apoio da Secretaria Regional da Saúde, em parceria com a Gilead Sciences, permitiu criar um rastreio alargado a toda a população utilizadora do sistema público de saúde, quer seja nas enfermarias e nas urgências nos cuidados hospitalares, quer nos cuidados de saúde primários”.

O especialista avança também que a prevalência encontrada no arquipélago de 0,7% de pessoas com anticorpos contra o vírus da hepatite C, foi o dobro da que seria esperada com base nas estimativas nacionais.

“A transversalidade deste programa criou um rastreio custo-eficaz que se traduzirá num contributo decisivo para a saúde pública dos madeirenses”. Graças ao apoio do Programa FOCUS, o Hospital Dr. Nélio Mendonça, do Funchal foi ainda mais longe ao ter sido o primeiro na Península Ibérica a utilizar uma nova tecnologia para confirmar as infeções pelo vírus da hepatite C: o antigénio core. Este teste, tão fiável como o teste de RNA atualmente utilizado, porém menos dispendioso, vai permitir à Madeira testar a sua população mais rapidamente e de modo mais económico, num exemplo para o continente.

Também na organização não-governamental GAT o programa FOCUS foi útil para apoiar melhorias no rastreio, através da implementação de uma inovadora tecnologia que permite confirmar as infeções pelo VIH e pelo vírus da hepatite C no mesmo local, na mesma hora. “Isto é particularmente importante no caso das pessoas infetadas com hepatites virais”, explica Miguel Rocha, enfermeiro responsável pelo programa no GAT.

“Os dados demonstram que são elas quem enfrenta maiores dificuldades na ligação aos cuidados de saúde e, por isso, quem mais beneficia com a implementação de soluções para a confirmação precoce dos seus diagnósticos”.

 Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Sciences, destaca que “o programa FOCUS é uma iniciativa de saúde pública que permite aos parceiros desenvolver e partilhar as melhores práticas no rastreio de vírus transmitidos pelo sangue (VIH, Hepatite B e C), diagnóstico e ligação aos cuidados de saúde de acordo com as diretrizes de rastreio promulgadas pelas autoridades nacionais e em iniciativas como as Fast-Track Cities.

A criação desta Comunidade de Prática é mais um esforço no sentido de continuarmos a apoiar o rastreio e a ligação das pessoas infetadas aos cuidados de saúde”.

Nestes três anos, o Programa FOCUS estabeleceu parcerias com hospitais, centros de cuidados primários e organizações não governamentais em regiões-chave de Portugal e Espanha, permitindo aos parceiros a realização de 380.000 testes de VIH e hepatites virais B e C, tornando-o o maior programa de rastreio de vírus transmitidos pelo sangue em ambos os países até à data.

O modelo orientador do Programa FOCUS baseia-se na premissa de que os testes são integrados no fluxo clínico normal, utilizando a infraestrutura e o pessoal clínico existentes para criar eficiências.

Este programa é uma resposta às recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre o aumento do rastreio populacional e a realização dos objetivos 95-95-95 da ONUSIDA. Segue ainda as diretrizes para o VHC da Estratégia Global para o Setor da Saúde, que apela à eliminação das hepatites virais como uma ameaça para a saúde pública até 2030.

Fonte: 
Wisdom Consulting
Nota: 
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