Em procedimentos de "alto risco"

Cardiologistas de intervenção elaboram consenso sobre dispositivos de assistência ventricular

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), em conjunto com as suas associações congéneres de Itália e Espanha, acaba de publicar, no International Journal of Cardiology, um documento de consenso para especialistas da área, sobre o uso de dispositivos de suporte de assistência ventricular esquerda percutânea (pLVAD) com marca CE, durante uma intervenção coronária percutânea complexa de alto risco.

“Este artigo de revisão tem como objetivo descrever os principais fatores que definem procedimentos não emergentes de alto risco e fazer um resumo dos dispositivos percutâneos de assistência ventricular esquerda, disponíveis para suporte mecânico temporário do ventrículo esquerdo, justificando o seu uso neste subgrupo de doentes”, afirma João Brum Silveira, presidente da APIC e um dos autores da investigação.

Com base nos resultados deste documento, João Brum Silveira salienta que o “uso específico destes dispositivos deve ser avaliado, por uma equipa multidisciplinar, de acordo com as características individuais de cada doente e as condições clínicas, uma vez que a sua eficácia e segurança têm variado consoante os casos relatados nos diferentes estudos”.

A intervenção coronária percutânea tem vindo a estabelecer-se como a única opção de revascularização num número crescente de doentes com doença coronária complexa, com risco cirúrgico elevado, não sendo por isso candidatos a cirurgia de revascularização do miocárdio.

Durante a última década, o pLVAD substituiu, cada vez mais, o balão intra-aórtico durante os procedimentos não emergentes de alto risco, evitando situações de colapso circulatório e de eventos adversos em procedimentos de duração prolongada e/ou complicados.

Neste documento são abordadas as indicações de utilização de pLVAD, a seleção dos doentes e dadas sugestões em relação ao uso destes dispositivos, durante os procedimentos não emergentes de alto risco, com base na experiência de três grupos de trabalho.  A comissão de redação foi constituída por cardiologistas de intervenção dos três países envolvidos no consenso.

O documento de consenso está disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0167527319306424

 

Fonte: 
Miligrama
Nota: 
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Foto: 
Pixabay