Estudo

Cancro do intestino: doentes com um diagnóstico precoce têm uma taxa de sobrevivência de 90%

Estudo Public Attitudes Towards Colonoscopy alerta para a falta de informação sobre a realização de colonoscopias. Mitos podem estar a prejudicar diagnóstico atempado.

Segundo o estudo europeu Public attitudes towards colonoscopy realizado recentemente, com o apoio da Norgine, os vários mitos e o desconhecimento dos benefícios da colonoscopia podem reduzir a probabilidade deste exame ser realizado por milhares de pessoas.

Este estudo, que resultou de um inquérito realizado a dois grupos distintos (quem nunca fez o exame e quem fez nos últimos 5 anos), pretendeu avaliar a atitude das pessoas em relação à realização da colonoscopia, o conhecimento sobre o procedimento e a informação sobre o exame. As conclusões permitiram desmistificar as expectativas que as pessoas têm em relação a este exame, face ao que é a realidade. 

A maior parte dos inquiridos (94%) considerou o procedimento melhor ou igual ao expectável e apenas 6% considerou pior;

Verificou-se  ainda que o exame em si é a pior parte do processo para aqueles que nunca fizeram o exame (38%), enquanto que os que foram submetidos a uma colonoscopia salientaram a preparação intestinal como a pior fase (47%);

Por outro lado, foi possível observar que a colonoscopia está fortemente associada ao diagnóstico de uma doença intestinal ou cancro e, por isso, acaba por ser menos vista como um procedimento preventivo ou terapêutico, causando maior resistência por parte da população;

Apesar da experiência da realização da colonoscopia ter sido considerada melhor do que o expectável, 2 em cada 5 adultos ainda ficariam envergonhados de a fazer novamente. No grupo dos que nunca realizaram o exame, 59% refere que seria uma situação desconfortável e 43% das pessoas que já realizaram, continuam a sentir o mesmo constrangimento como se fosse a primeira vez.

“Na maior parte dos casos a falta de vigilância leva a um diagnóstico tardio, precisamente por não haver sintomas na fase inicial da doença e por isso não são realizados os rastreios preventivos. As fases iniciais do cancro do intestino, por norma, não causam dor. Mesmo sem qualquer sintoma, a partir dos 50 anos é necessário fazer o despiste, pois a progressão da doença é silenciosa. Se a doença for detetada a tempo, poderá ter cura em 90% dos casos.

“Para acabar com os mitos associados à colonoscopia é necessário alertar, informar e motivar a população, não só sobre o exame, mas também para as consultas de rotina, uma vez que os médicos têm um papel fundamental neste processo. É também fundamental haver igualdade de acessos, combater as assimetrias regionais e investir no desenvolvimento de profissionais de saúde e novas tecnologias”, sublinha Vitor Neves, presidente da Europacolon Portugal.

A maioria dos cancros do colon e reto desenvolvem-se a partir de lesões no intestino grosso – os pólipos, mais especificamente os pólipos adenomatosos (ou adenomas), que são formações que surgem na camada que reveste a mucosa do intestino grosso. Muitas das mortes provocadas pelo cancro seriam evitáveis através de medidas de prevenção como a diminuição da exposição a fatores de risco e o diagnóstico precoce através da realização do rastreio.

A Colonoscopia Total (endoscopia do colon e reto) é o único meio eficaz de rastreio do cancro colorretal porque, para além de diagnosticar lesões avançadas, pode tratar lesões benignas (pólipos) com potencial maligno. O exame permite reduzir até 40% o número de casos de cancro colorretal, doença que mata 1,2 milhões de pessoas a cada ano em todo o mundo.

Sintomas que a população deve estar atento:

  • Alteração persistente dos hábitos intestinais, com o aparecimento de prisão de ventre ou diarreia, sem razão aparente;
  • Perda de sangue pelo recto/ânus ou misturado nas fezes sem irritação, dor ou prurido;
  • Sensação de que o intestino não esvazia completamente;
  • Dor forte ou desconforto abdominal, sem explicação aparente;
  • Cansaço e emagrecimento sem razão aparente.
Fonte: 
Float
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Pixabay