Reflexão decorreu esta segunda-feira

APJF desafia partidos a irem mais longe na integração dos farmacêuticos no ecossistema de saúde

A Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF) debateu, esta segunda-feira, 26 de fevereiro, as preocupações do setor com os partidos políticos, no Auditório do Centro de Ciência Viva. O presidente da associação, Lucas Chambel, defendeu que os partidos devem ir mais longe na integração dos farmacêuticos no ecossistema de saúde, afirmando que estes profissionais podem ter um papel ainda maior na saúde dos portugueses.

O encontro levou a APJF, que representa os farmacêuticos com menos de 35 anos, a refletir sobre o envolvimento dos jovens nas políticas de saúde. Tendo em conta que quase metade da classe profissional é composta por profissionais com menos de 35 anos, a associação desafiou os partidos a reestruturarem a sua dinâmica interna, garantindo que os profissionais de saúde e os jovens se possam rever na vida pública e contribuir para a política do país. 

Do lado dos partidos, os representantes focaram-se no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e no papel do farmacêutico. À direita, a Aliança Democrática defendeu a referenciação das pessoas para a farmácia comunitária a partir dos centros de saúde, o Chega afirmou que as farmácias e os farmacêuticos devem reforçar a sua intervenção em situações  clínicas ligeiras e a Iniciativa Liberal debateu sobre a monitorização das pessoas com doenças crónicas nas farmácias, o alargamento dos serviços farmacêuticos e sua remuneração adequada. 

À esquerda, o PS defendeu a figura do farmacêutico como produtor de informação em saúde e a necessidade de reforçar o acompanhamento dos  doentes crónicos e a prestação de serviços a estes utentes, como é exemplo o serviço de renovação da prescrição médica. O Bloco de Esquerda considerou que é necessário aumentar a capacidade de resposta e a comparticipação dos medicamentos, já a CDU reafirmou a sua luta pela contratação de mais profissionais e valorização das carreiras do SNS. O Livre focou-se no reforço da investigação clínica dentro do SNS.  

No encerramento da iniciativa, o Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Helder Mota Filipe, destacou a sustentabilidade do sistema de saúde como o grande desafio da política do medicamento e de saúde. "Os gastos com medicamentos representam mais de um quarto dos gastos totais dos hospitais", afirmou, sublinhando a importância de um maior envolvimento e intervenção do farmacêutico na tomada de decisão e na prestação de cuidados. 

Em linha com o Presidente da APJF, Helder Mota Filipe manifestou a total disponibilidade da profissão farmacêutica em participar ativamente na discussão e construção de novas soluções, “sempre fundamentadas na melhor evidência disponível”, que beneficiem os cidadãos e o sistema de saúde. 

Com a presença de mais de 100 espectadores e de sete partidos com assento parlamentar, a associação fez ainda um balanço da aplicação do Livro Branco "A Visão dos Jovens Farmacêuticos Portugueses para a Década", que resultou da reflexão e discussão que envolveu mais de 100 jovens farmacêuticos.  

“Os jovens farmacêuticos estão conscientes de que o caminho é desafiador, mas não pretendemos ficar de fora da discussão: pretendemos ser ativos, colaborar e possibilitar sinergias na formação destas políticas. Foi com estes ideais que construímos este Livro Branco, cujas ações são um farol orientador para um futuro mais saudável e sustentável para a sociedade”, afirmou o presidente da APJF. 

A iniciativa contou ainda com a participação da Federação Internacional Farmacêutica e de representantes de Associações de Pessoas que Vivem com Doença. 

 
Fonte: 
Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos (APJF)