APDP

Apelo por políticas integradas para doenças crónicas

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reforça a urgência de uma ação coordenada para a implementação de políticas de saúde verdadeiramente integradas que respondam às doenças crónicas não transmissíveis (DCNT). Na sequência do Dia da Cobertura Universal de Saúde (12 de dezembro), a associação congratula-se com as recentes declarações que mostram o reconhecimento desta necessidade, mas defende que estas ideias não podem ser deixadas apenas no papel.

A APDP alerta que a abordagem fragmentada no tratamento de condições como a diabetes, doenças cardiovasculares e outras doenças crónicas representa um fardo insustentável para os cidadãos, os sistemas de saúde e a economia. A ausência de uma visão global compromete a eficácia da prevenção, do diagnóstico e do acompanhamento contínuo, resultando em piores prognósticos de saúde e em custos acrescidos para a sociedade.

Este apelo surge na esteira de importantes movimentos a nível internacional, que a APDP encara com esperança, mas também com um sentido de urgência na sua implementação. A recente declaração política da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre DCNT e saúde mental, bem como o novo plano da Comissão Europeia para a saúde cardiovascular, o “Safe Hearts Plan” são sinais inequívocos de que a necessidade de uma abordagem integrada está finalmente a ser reconhecida ao mais alto nível.

O documento da Comissão Europeia refere que, entre 2025 e 2050, a prevalência de doenças cardiovasculares poderá aumentar 90%. A APDP lembra que este número alarmante está intrinsecamente ligado à epidemia da diabetes e da obesidade, que o próprio plano identifica como um desafio com "foco insuficiente na prevenção".

"Viver com diabetes é uma realidade diária que exige mais do que consultas médicas esporádicas, requer um ecossistema de saúde que integre várias especialidades médicas, apoio nutricional, bem-estar psicológico, atividade física e literacia em saúde", afirma José Manuel Boavida, Presidente da APDP. "A declaração da ONU e os planos europeus são fundamentais, mas não podem permanecer no papel. É imperativo que se traduzam em financiamento adequado e em políticas concretas que cheguem a quem vive com a doença, como é sublinhado por iniciativas como as da Non Communicable Disease Alliance."

A APDP apela ao Governo Português que lidere pelo exemplo e defenda ativamente junto das instâncias de saúde a rápida implementação e fiscalização destas estratégias. É crucial garantir que a resposta às DCNT seja uma prioridade transversal, refletida em todos os programas de saúde e políticas associadas, para que a Cobertura Universal de Saúde seja uma realidade plena e eficaz para todos.

E deixa ainda o desafio: "Pedimos à Comissão Europeia e às autoridades nacionais a garantia de que os protocolos de rastreio e prevenção, as vias de tratamento integrado e o investimento em inovação digital, previstos neste plano, sejam tão consistentes para a gestão da diabetes, como para as doenças cardiovasculares."

 

Fonte: 
Burson
Nota: 
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