Hoje apresentada

“Afirmar e Unir” é o mote da candidatura de Rui Nunes a Bastonário da Ordem dos Médicos

O médico Rui Nunes apresentou-se hoje como candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos, com o objetivo de unir a classe médica, de promover uma reforma no Sistema de Saúde e de reafirmar o papel da Ordem dos Médicos enquanto esteio da definição das principais reformas da Saúde e da Medicina no nosso País num momento de grandes dificuldades para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em particular, e para a Saúde em geral, no País.

“Vivemos dois anos muito complicados, em que os médicos portugueses deram o seu melhor em prol do País, no combate a uma pandemia que mudou as nossas vidas”, afirma o professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e presidente da Associação Portuguesa de Bioética.

“Afirmar e Unir” é o mote de uma candidatura que pretende “transformar o orgulho em ser médico em vontade de mudar” e que esta manhã foi apresentada na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, numa sessão que contou com a presença do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e do presidente do Conselho Regional do Centro da OM, Carlos Cortes. Presente esteve também o atual diretor da FMUP, Altamiro Costa Pereira.

Esta é uma candidatura de ambição e de esperança. “De ambição que os médicos portugueses estejam na linha da frente do desenvolvimento científico e tecnológico”, explica o candidato a Bastonário. Que pretende contribuir para “uma Ordem dos Médicos moderna e renovada, que promova a unidade de todos os médicos, a excelência clínica e a integridade desta honrada profissão”.

Rui Nunes, recorde-se, licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) em 1985. Tem a especialidade de Otorrinolaringologia, tendo exercido no Hospital de São João, no Porto. Em 1996 obteve o Grau de Doutor em Medicina na área da Bioética, tornando-se no primeiro doutorado em todo o espaço lusófono nesta área da Medicina. Nesse mesmo ano fundava a Associação Portuguesa de Bioética, destacando-se como o principal impulsionador em Portugal da criação de um Testamento Vital, enquanto documento fundamental para qualquer cidadão determinar os cuidados de saúde que pretende ou não receber quando esteja incapacitado de os indicar às equipas de saúde.

O trabalho desenvolvido em prol da Medicina, da Ética e da Bioética em Portugal levou a que, em 2004, tivesse sido nomeado pelo Conselho de Ministros como primeiro Presidente da Entidade Reguladora da Saúde, funções que exerceu até setembro de 2005. É ainda promotor da Declaração Universal de Igualdade de Género, cuja proposta foi entregue à UNESCO e que se destaca pela sua visão de implementação universal do direito à saúde.

Para a candidatura a Bastonário, Rui Nunes elegeu três linhas mestres: Afirmar a Medicina e Valorizar os Médicos; Defender os Doentes e Reformar o Sistema de Saúde. “É fundamental reafirmar a importância dos princípios intemporais da ética médica, com especial ênfase no Código Deontológico e no juramento de Hipócrates, acrescenta. A valorização da formação médica e das carreiras profissionais são outros dos objetivos que o professor catedrático da FMUP elege para a sua candidatura, procurando ainda reforçar o fundo de apoio à formação médica diversificando e ampliando as fontes de financiamento.

“Pretendo ainda contribuir para uma Ordem dos Médicos mais influente e prestigiada junto da opinião pública e dos poderes públicos, através de uma “magistratura de influência” que procure apresentar a instituição como um player a ser ouvido na definição das estratégias para o setor da Saúde”, justifica Rui Nunes.

Para este magistério de influência, Rui Nunes pretende juntar a sua experiência e o papel de liderança que exerceu em Portugal, por exemplo, no debate em torno da Eutanásia. Recorde-se que foi precisamente o presidente da Associação Portuguesa de Bioética que mais se bateu em Portugal para que o tema fosse submetido a referendo, procurando vincular a decisão da Assembleia da República à vontade da maioria dos portugueses.

“É fundamental que os partidos políticos bem como os deputados ouçam a população, entendam as suas dores e saibam providenciar as melhores medidas para auxiliar os portugueses”, sustenta Rui Nunes. Por isso, e se for eleito Bastonário da Ordem dos Médicos, o presidente da APB pretende propor uma reforma profunda e estrutural do sistema de saúde de modo a concretizar o direito universal à saúde.

“É urgente implementar um “choque de gestão na saúde” com base no planeamento estratégico, na descentralização, e na autonomia da gestão de modo a evitar, ou pelo menos minimizar, os constrangimentos que ciclicamente vemos noticiados, tanto no verão como no inverno”, reforça. Rui Nunes recorda que “nenhum destes problemas é novo ou desconhecido para quem conheça verdadeiramente o Serviço Nacional de Saúde. Há, por isso, que ter a coragem de adotar medidas para resolver os problemas que existem e que urge suprimir para melhorar o acesso à saúde”.

À Ordem dos Médicos, salienta o agora candidato a Bastonário, “cabe assumir o papel de representante maior dos médicos, sempre com clara noção dos limites dos seus poderes de intervenção, mas sem deixar que entidades externas procurem delimitar a sua área de atuação”. “A instituição deve assumir o seu papel na definição das políticas e reformas na Saúde, e não ser apenas um veículo para passar certificados de habilitação e validação de competências”, conclui.

Fonte: 
MSImpacto
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.