Relatório DGS

65% da população nunca praticou qualquer tipo de exercício físico

No âmbito do Dia Mundial da Atividade Física, a Direção Geral da Saúde revela que mais de metade da população nunca praticou qualquer tipo de exercício físico.

Dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS), recolhidos em 2019 (10), revelam que 65% da população portuguesa com 15 anos de idade ou mais indica nunca praticar qualquer tipo de exercício físico (atividades desportivas ou de lazer), sendo que apenas 9% o reporta fazer em, pelo menos, 5 dias por semana. A proporção de pessoas que refere nunca pratica exercício físico aumenta com o aumento da idade, chegando a ser superior a 70% a partir da idade da reforma, e, para o mesmo intervalo de idades, a ausência de prática é sempre superior nas mulheres.

De entre quem refere praticar exercício físico em, pelo menos, 1 dia por semana (33%), a duração reportada de prática é inferior a 2 horas numa semana habitual em 34% dos inquiridos, contudo, 20% refere que essa prática é de 5 horas ou mais por semana (Gráfico 2). Quando analisamos homens e mulheres em separado, relativamente ao tempo semanal despendido na prática de exercício físico, as maiores diferenças observam-se nas categorias de “2 a menos de 3 horas por semana” (volume reportado por 23% das mulheres inquiridas vs. 15,9% dos homens) e de “5 horas ou mais” (volume reportado por 24,6% dos homens inquiridos vs. 15,4% das mulheres), parecendo haver uma tendência em ambos os sexos para a prática de volumes semanais inferiores com o aumento da idade.

Em relação ao comportamento sedentário diário, 63% dos inquiridos reportou passar menos de 6 horas sentado num dia normal (47% reportou passar menos de 4 horas na posição de sentado) e apenas 25% reportou que essa duração era de 8 horas ou superior.

No que respeita às deslocações a pé efetuadas durante uma semana habitual (com duração mínima de 10 minutos), 33% dos inquiridos no INS 2019 referiu fazê-lo todos os dias da semana (incluindo fim-de-semana) e 31% referiu nunca o fazer revelando uma prevalência considerável nas duas categorias mais extremas: se, por um lado, um terço da população tem hábitos de mobilidade ativa ou suave diários, através do andar a pé, por outro lado, quase um terço nunca o faz. Para 55% dos inquiridos, a duração dessas deslocações foi inferior a meia hora por dia, sendo que 26% dos inquiridos referiu deslocar-se a pé entre 30 a 59 minutos por dia.

A prevalência de portugueses com 15 anos ou mais que nunca se deslocam a pé é preocupante, tendo em conta a elevada prevalência concomitante de níveis insuficientes exercício físico planeado ou estruturado. No entanto, de acordo com a DGS, em 2017, estes valores não eram muito diferentes: 29% dos portugueses inquiridos no Eurobarómetro haviam reportado nunca se deslocar a pé e, de entre quem o fazia, a maioria (55%) indicou fazê-lo 30 minutos ou menos por dia.

Já em relação às deslocações de bicicleta como forma de transporte, apenas 2% referiu fazê-lo cinco ou mais dias por semana e 92% dos inquiridos no INS 2019 referiu nunca o fazer e. Dos que indicaram fazê-lo, pelo menos, 1 vez por semana, 43% reportou fazê-lo durante menos de 30 minutos por dia e 28% entre 30 a 59 minutos diários.

De acordo com o documento, a pandemia de Covid-19 veio colocar “desafios ímpares” a vários níveis, nomeadamente no contexto dos determinantes de saúde, mas lembra que, apesar das limitações de circulação e recolhimento obrigatório adotadas, “Portugal definiu a prática de atividade física como uma das exceções às medidas de confinamento, reconhecendo a sua importância para a saúde física e mental neste contexto”.

 

Fonte: 
DGS
Nota: 
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Foto: 
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