OMS vai convocar comissão de emergência sobre vírus

A epidemia de Zika está "a propagar-se de forma explosiva" no continente americano, afirmou Chan, ao anunciar a reunião da comissão de emergência para 1 de fevereiro.
"Foram registados casos em 23 países e territórios da região. O nível de alerta é extremamente elevado", acrescentou no final de reunião de informação aos Estados-membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra. A OMS dedicou uma sessão do conselho executivo, que está a decorrer esta semana em Genebra, ao surto do vírus Zika, que afeta mais de vinte países na América Latina.
A situação mais grave é a do Brasil, onde o ministério da Saúde estima a ocorrência de entre 497.593 e 1.482.701 casos em 2015, incluindo 3.893 casos de microcefalia.
A Colômbia é o segundo país mais atingido, tendo sido confirmados 13.808 casos, incluindo em 890 grávidas, e 2.611 casos suspeitos.
Chan afirmou que a OMS receia uma "associação provável da infeção com malformações congénitas e síndromas neurológicos", mas tambèm "a falta de imunidade entre a população residente nas regiões recentemente infetadas" e "a ausência de vacinas, tratamentos específicos e exames de diagnóstico rápidos".
"A situação decorrente do 'El Niño' (fenómeno climático particularmente poderoso desde 2015) deverá aumentar este ano o número de mosquitos", sublinhou.
Tal como a febre de dengue e o vírus chikungunya, o vírus Zika retira o nome de uma floresta no Uganda, onde foi sinalizado pela primeira vez em 1947.
O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos. Não se transmite de pessoa para pessoa.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares”.