OMS considera possível acabar com a epidemia antes do final do ano

"O maior risco é mostrar uma euforia irracional ou criar expetativas irreais", afirmou Bruce Aylward, máximo responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) pela resposta à epidemia, citado pela agência espanhola EFE.
O também diretor-geral adjunto da organização assumiu que embora os dados recolhidos no terreno demonstrem que o trabalho feito nos últimos 18 meses tem dado resultados, ainda é irrealista dizer que se alcançará o objetivo de ter "zero casos" a curto-prazo.
Na semana passada registaram-se apenas dois casos entre os três países afetados, e pela primeira vez não se registaram falecimentos entre as comunidades, sendo contada uma morte apenas, de um doente internado.
"Dois casos não são zero, e não vão ser zero nas próximas semanas", acrescentou o especialista, alertando que os serviços de saúde ainda não contam totalmente com o apoio das comunidades, uma vez que há quem oculte o seu estado, fuja e infete outros.
"Há muita gente ainda com medo, que sabem que não vão sobreviver e que querem morrer na sua terra, com a sua gente", explicou.
O responsável apelou a ter paciência, a não baixar a guarda e a continuar a acreditar que é possível "acabar" com o vírus, mas sem criar nenhuma expetativa a curto prazo.
"Parar a transmissão do vírus este ano é um objetivo realista, mas ninguém deve anunciar um prazo, porque ainda há muitos desafios a ultrapassar", concluiu.
Há atualmente 1.900 pessoas internadas e em quarentena por terem tido contacto com infetados.
O primeiro caso do surto recente de Ébola terá sido na Guiné-Conacri em dezembro de 2013, e o vírus rapidamente chegou aos países vizinhos, Libéria e Serra Leoa.
Em apenas um ano e meio, o vírus infetou 27.787 pessoas, causando 11.294 mortes.