Trabalhadores do INEM questionam encerramento noturno de serviço de ambulâncias

Numa carta enviada ao conselho diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a comissão de trabalhadores (CT) refere ter sabido “que a ambulância de emergência médica (AEM) Viseu encerrou no período noturno e que as AEM Covilhã e AEM Aveiro vão encerrar nos períodos noturnos”.
Segundo a CT, tal acontece “devido a uma alegada pressão por parte dos corpos de bombeiros das respetivas áreas, que terão ameaçado entregar as ambulâncias/postos de emergência médica”.
Atendendo a que o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde “afirmou perentoriamente que considera que os parceiros do INEM, neste caso os bombeiros, existem em complementaridade ao INEM, e não o contrário”, e que o vogal do conselho diretivo José Mestre “garantiu que não se iria realizar nenhuma mudança sem diálogo prévio” com a CT, esta pede esclarecimentos.
A CT quer saber se o conselho diretivo do INEM “vai ceder às pressões dos corpos de bombeiros e encerrar as AEM Aveiro e AEM Covilhã no período noturno (esta última cuja atuação está já limitada por indicações da diretora regional do Centro)”.
“O conselho diretivo do INEM cortou relações com a comissão de trabalhadores?”, diz também.
A CT recorda os argumentos do presidente do INEM “de que a AEM Covilhã abriu porque os bombeiros se recusavam a efetuar diversos serviços CODU (centro de orientação de doentes urgentes) e que a abertura da AEM era uma oportunidade única para o INEM”.
Lembra ainda que “a AEM abriu num espaço de tempo de tal forma curto que obrigou à deslocação de diversos profissionais, sem aviso prévio, trazendo consequências para as suas vidas pessoais devido à ‘necessidade imperiosa de serviço’ que o INEM invocou”.
“Parece existir uma pressão inaceitável de alguns corpos de bombeiros, mas o cidadão, os trabalhadores do INEM e o socorro não fazem política”, sublinha.
A CT avisa que, “caso não haja um recuo”, irá interpor uma providência cautelar contra o fecho destes meios “e de qualquer outro que tenha os mesmos pressupostos e que coloque em causa condições e postos de trabalho, como é agora o caso”.
“Nada nos irá demover de defender os postos de trabalho que agora foram colocados em causa”, garante.