Estudante cria solução de IA que acelera o diagnóstico do cancro da pele

A plataforma foi desenvolvida para apoiar médicos de cuidados de saúde primários no primeiro contacto com o paciente, utilizando Inteligência Artificial (IA) explicável e multimodal para analisar imagens da pele e fornecer uma avaliação de risco imediata. Com recurso a apenas uma fotografia, os clínicos recebem um índice de risco (risk score) e um mapa de destaque visual (heatmap) que destacam as características que motivaram a avaliação da IA, contribuindo para acelerar a tomada de decisão médica.
A solução pretende responder a um desafio persistente na saúde: os atrasos e incertezas na deteção precoce do cancro da pele, muitas vezes causados pelo acesso limitado a dermatologistas e pela dificuldade dos médicos de família em avaliar lesões durante consultas de rotina. Equipando os cuidados primários com inteligência visual avançada, a Dermamatica tem por objetivo agilizar o percurso do paciente, permitindo que casos de alto risco cheguem mais cedo a especialistas.
“Esta inovação oferece resultados interpretáveis, permitindo que os médicos compreendam por que motivo uma lesão pode ser suspeita e apoiando decisões mais informadas. Este nível de transparência é fundamental para criar confiança na IA aplicada à medicina”, afirma Sam Izadloo, fundador da plataforma. “A Web Summit foi um momento decisivo: recebemos interesse de investidores, clínicos e especialistas em IA que querem acompanhar o desenvolvimento da Dermamatica. Isso dá-nos confiança de que estamos a construir uma solução sólida para a prática clínica”, completa.
A Dermamatica será disponibilizada comercialmente em Portugal. A solução encontra-se atualmente em fase piloto e a equipa está à procura de parcerias com hospitais e clínicas para preparar a documentação necessária – incluindo a conformidade com o regulamento europeu CE MDR –, garantindo que a plataforma cumpre todas as normas aplicáveis em contexto clínico.
Sam Izadloo, de 26 anos, é refugiado ucraniano e estudante do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade Católica Portuguesa. Nascido no Irão e criado na Ucrânia, foi forçado a fugir de Kharkiv quando a Rússia invadiu a Ucrânia.
