Opinião

Envelhecer com Propósito. A nova era da medicina Estético-Contemporânea

Atualizado: 
15/12/2025 - 17:47
A forma como olhamos para a Medicina Estética mudou profundamente no último ano, fruto da aproximação da saúde à beleza, reposicionando os procedimentos médico-estéticos como parte de bem-estar e autoestima, e não como gestos de vaidade ou futilidade. A Medicina Estético-Contemporânea é hoje uma aliada num envelhecimento consciente, positivo e informado, apoiado numa abordagem holística, multidisciplinar e preventiva, onde o autocuidado ganha uma nova dimensão.

O mercado da Medicina Estética continua a crescer, sobretudo na Geração X, mas também em baby boomers e millennials, e com predomínio das mulheres, embora o interesse masculino aumente expressivamente. As motivações para iniciar o caminho são diversas: sociais, influenciadas pela pressão de uma imagem idealizada; emocionais, relacionadas com autoconfiança e bem-estar; e, médicas, ligadas às afetações de pele e qualidade de vida. Independentemente de género ou idade, o objetivo é comum, sentir-se bem e alinhado com a melhor versão de si.

“Quando começar?” não tem resposta única. Mais do que idade, importa ter maturidade, história e necessidades individuais. Existem enquadramentos legais a cumprir, pelo que alguns procedimentos têm idade mínima, salvaguardando quem não reúne maturidade emocional ou estabilidade física para decisões irreversíveis. O momento ideal nasce do encontro entre autoconhecimento, informação credível e acompanhamento profissional.

Mesmo com inovação constante, a Medicina Estética não é isenta de contraindicações, exigindo avaliação criteriosa, compreensão de adversidades e definição de objetivos realistas. É na consulta médica que se clarificam indicações, expetativas, limitações e riscos; se distingue prevenção de transformação excessiva; e, se garante que o propósito não vem de inseguranças ou autoimagem distorcida.

Num mundo de filtros, comparações e perfeições fabricadas, a educação estética responsável torna-se essencial. Ética, bom senso e espírito crítico devem guiar todos os intervenientes. Cabe aos médicos orientar e recusar quando necessário; às clínicas, assegurar rigor científico e responsabilidade social; aos consumidores, procurar profissionais qualificados; e, aos meios de comunicação, informar com clareza e sem alimentar ilusões.

A tendência privilegia uma imagem natural preservando a identidade, onde a estética é parte da saúde global como um cuidado contínuo, coerente e integrado. A qualidade da pele ganha protagonismo e o avanço da medicina regenerativa reforça esta abordagem. Tecnologia de ponta, pequenas moléculas (pe. exossomas, péptidos e polinucleótidos) e temas como NAD+ e sinalização mitocondrial, apontam para intervenções que privilegiem a regeneração celular e estimulem a inteligência biológica da pele. O foco evoluiu de “parecer diferente” para “funcionar melhor” e a ciência da longevidade introduz princípios claros: cuidar antes de corrigir, reforçar antes de perder e regenerar antes de substituir.

Em suma, a Medicina Estético-Contemporânea acompanha-nos num envelhecimento consciente e proativo onde envelhecer é inevitável, mas envelhecer bem é uma escolha sustentada por ciência, responsabilidade e propósito.

Autor: 
Áurea Lima Médica (OM62463) - Oncologia Médica e Medicina Estética IPO Porto e Clínica FMR
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.