APDP aplaude recomendação da OMS

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) aplaude a nova diretriz global da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda o uso de uma classe de medicamentos usados no tratamento da diabetes e perda de peso (terapias com péptidos semelhantes ao glucagon-1, GLP-1) para o tratamento da obesidade em adultos. A APDP reforça que este é um passo histórico no combate a uma das principais epidemias do século XXI e um avanço significativo na prevenção e controlo da diabetes, uma vez que o excesso de peso e a obesidade são os seus fatores de risco principais.
A recomendação da OMS surge num momento em que a prevalência da obesidade continua a aumentar em todo o mundo, incluindo em Portugal. A evidência científica demonstra que a obesidade é uma doença complexa, intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de inúmeras outras condições de saúde, como a diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e certos tipos de cancro. Para a APDP, tratar a obesidade é também gerir o aparecimento e desenvolvimento da diabetes.
A associação alerta que, para esta decisão ter um impacto real na vida dos portugueses, é imperativo que o Ministério da Saúde atue de forma consequente. Por isso, defende que o próximo passo tem de ser a criação de condições para um acesso equitativo a estes tratamentos a nível nacional, nomeadamente através de comparticipação, para que as pessoas com indicação clínica, incluindo com diabetes, não sejam excluídas por barreiras económicas.
"A decisão da OMS é uma vitória da ciência e da saúde pública. Reconhecer a obesidade como uma doença que pode e deve ser tratada com as terapêuticas mais inovadoras terá um impacto direto na vida das pessoas", afirma José Manuel Boavida, Presidente da APDP. "No entanto, esta diretriz de pouco servirá se ficar nas intenções. É tempo de garantir que o acesso à inovação no tratamento da obesidade seja uma realidade para todos, e não um privilégio de alguns. Não é aceitável que só uma pequena parte das pessoas com diabetes possam ter acesso a estes fármacos.", remata.
A APDP revela ter total disponibilidade para colaborar com o Ministério da Saúde e demais entidades competentes no desenvolvimento de uma estratégia nacional que integre estas novas recomendações, garantindo que a sua implementação seja feita de forma justa, eficaz e centrada nas necessidades reais da população. Alerta, ainda, para a necessidade de redução de custos, através da negociação com as empresas produtoras ou da intervenção direta da Comissão Europeia.
