“É necessário prevenir dificuldades de leitura no Pré-Escolar”

“Em Portugal, uma em cada 10 crianças sofre de Dislexia! Como qualquer criança, querem ser bem sucedidas na escola. Mas, inesperadamente, algo corre mal ao iniciar a leitura-escrita: troca letras de som ou de forma equivalente: ao “c” atribui o som “g”, ao “d”o som “b”! Pretende escrever “pai” e surge “pia” ou “só” e escreve “os”!
Os pais e os professores inquietam-se, tentam resolver a perturbação, mas ela persiste. Que se passa com a criança? É esforçada, aprende bem, e até pode ser entusiasta e rápida, em matemática ou estudo do meio, por exemplo. Mas ler é um problema …
Adensam-se em torno delas sinais da preocupação; aí se inicia um ciclo penoso que, mais adiante, traz intermináveis momentos de angústia, vergonha e medo!
São crianças com capacidades cognitivas por vezes até mais elevadas, mas com desenvolvimento neurodivergente.” afirma Helena Serra, Presidente da Assembleia Geral da DISLEX.
A Dislex reclama pela obrigatoriedade de identificação na educação Pré-escolar, no referente à idade dos 5 anos, dos pré-requisitos das aprendizagens simbólicas - linguagem, conhecimento fonológico, noções de espaço e tempo, perceção e memória auditiva e visual, motricidade, coordenação viso-motora e atenção - com recurso a prova de avaliação da existência destas competências, antes da iniciação escolar. A Associação defende que se a Dislexia for identificada na Educação Pré-escolar podem ser melhoradas as competências facilitadoras da Leitura-escrita.
Sobre a Dislexia
A Dislexia é uma perturbação específica de aprendizagem, com origem neurológica, caracterizada por dificuldades no reconhecimento adequado das palavras, por um discurso pobre e dificuldades de descodificação, resultantes de um défice na componente fonológica da linguagem.
Ainda que esteja relacionada com a aprendizagem da leitura, a dislexia pode ter consequências noutras áreas académicas e a nível emocional e comportamental.
A dislexia afeta 600 milhões em todo o mundo e é mais comum do que se julga, afetando caras mundialmente conhecidas que se destacaram na comunidade e que evidenciam o lado positivo da patologia, nomeadamente Einstein, Picasso, Da Vinci, Agatha Christie, Van Gogh, Churchill, Spielberg e Jamie Oliver.