Capicua partilha

Conselhos para um verão com uma audição mais saudável

Com o verão finalmente a aquecer e a temporada de férias e festivais oficialmente aberta e reconhecendo a paixão dos seus fãs pela música e a sua presença assídua em eventos que celebram o som, Capicua revela alguns conselhos práticos para garantir que a banda sonora da vida de todos se mantém vibrante e sem interrupções.

"A música é o meu ofício", afirma Capicua. "São muitas horas de ensaio, de testes de som e de concertos e, por isso mesmo, tenho sempre muita consciência de que este trabalho pode ter consequências nefastas a longo prazo na minha saúde auditiva e que tenho de ter cuidados acrescidos."

Seja porque usa auscultadores no dia a dia ou nas férias ou porque aproveita o verão para disfrutar dos festivais de música, com alguns conselhos simples e as estratégias certas, é possível proteger a sua audição. Aqui ficam os conselhos da artista para umas férias com uma boa banda sonora:

 

Para os amantes de auscultadores de ouvido:

  • Regra dos 60/60: "Aprendi que uma boa regra é não ouvir música com mais de 60% do volume máximo e não o fazer por mais de 60 minutos seguidos. É preciso dar descanso aos ouvidos, nem que seja por 10-15 minutos. Faz a diferença!"
  • Auscultadores de qualidade, sempre: "Investir em auscultadores de ouvido de boa qualidade, especialmente os que isolam o ruído exterior. Assim, não é preciso aumentar tanto o volume para abafar o ambiente e é possível desfrutar da música com mais clareza e segurança."
  • Atenção ao ambiente: "Se estiver num local barulhento, como um autocarro ou um café movimentado, tento não compensar o ruído externo aumentando o volume, por isso é estratégico usar auscultadores com cancelamento de ruído."
  • Não adormecer com auscultadores: "Evito adormecer com os auscultadores, para evitar a exposição prolongada e ininterrupta ao ruído, porque mesmo a dormir pode ser prejudicial para os meus ouvidos."

 

Para os fãs de festivais de verão:

  • Proteger os ouvidos: "Os chamados tampões (protetores auditivos) são os nossos melhores amigos nos festivais! Hoje em dia, existem opções discretas e confortáveis que reduzem o volume sem comprometer a qualidade do som. Pensem neles como pensam nos óculos de sol, ou no protetor solar. São mesmo importantes para reduzir o impacto daquela massa de som a que estamos expostos durante várias horas."
  • Dar um tempo aos seus ouvidos: "Entre concertos ou durante as pausas, é importante o afastamento das colunas e procurar um local mais calmo. É como um 'intervalo' para os ouvidos recuperarem."
  • Manter a distância: "Por mais que seja incrível estar na primeira fila, é importante não ficar colado às colunas. O som é mais intenso aí e pode ser mais prejudicial a essa distância. Se quiserem mesmo muito ficar perto do palco, usem tampões."
  • Atenção aos sinais: "Sentir zumbido nos ouvidos, dor ou uma sensação de abafamento após um concerto, é um sinal de alerta. É importante dar descanso aos ouvidos e, se o zumbido persistir, é fundamental procurar aconselhamento médico. Sei-o por experiência própria!"

 

Humberto Pintado, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, explica que “a maioria das pessoas ainda não tem consciência da implicação que os sons demasiado altos têm na saúde dos seus ouvidos. O envolvimento de artistas nestes temas é fundamental para aumentar a literacia em saúde auditiva e aumentar a qualidade de vida de todos.”

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de mil milhões de jovens entre os 12 e os 35 anos correm risco de perda auditiva devido à exposição prolongada e excessiva a sons altos. 

"A música é para ser sentida, vivida e partilhada. Estes simples cuidados podem garantir que podemos continuar a fazê-lo por muitos e muitos anos", conclui Capicua.

A OMS deixa também o alerta: níveis de som acima de 100dB (facilmente observados num festival de música) podem causar danos em menos de 15 minutos de exposição.  

Fonte: 
Burson
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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