Startup portuguesa une-se aos hospitais do SNS para criar um “médico virtual”

O assistente médico digital da Dioscope é um sistema de apoio à decisão clínica, adaptado à realidade de cada unidade do SNS, com o objetivo de melhorar a eficácia dos serviços hospitalares, prevenir o erro médico e melhorar a articulação entre as várias especialidades. O sistema para o SNS é um chatbot criado pelos médicos dos próprios hospitais, que integra ainda um centro de ensino digital.
O assistente médico digital promete, desta forma, diminuir a sobrecarga dos profissionais de saúde na linha da frente e assinalar um progresso na segurança e atendimento aos doentes. Neste momento, o sistema está em fase final de implementação.
A Dioscope está em negociações com os principais hospitais do SNS e já tem contratos assinados com 14 hospitais: Hospital São João; Hospital Egas Moniz; Hospital de São José; Hospital de Santa Marta; Hospital Curry Cabral; Hospital da Estefânia; Maternidade Alfredo da Costa; Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga; Centro Hospitalar Médio Tejo e Alto Douro; Centro Hospitalar Oeste; Hospital de Santo André; Hospital de Distrital de Pombal; Hospital de Alcobaça; Centro Hospitalar de Leiria. A startup tem como principal objetivo levar esta solução a todos os médicos portugueses até ao final do ano de 2022.
“A implementação dos sistemas de apoio à decisão clínica nos hospitais e centros de saúde é um passo determinante para melhorarmos o SNS. Em poucas palavras, podemos explicar estes sistemas como um ‘médico virtual’ capaz de comunicar e ajudar os médicos ‘reais’ que estão no serviço de urgência, na linha da frente, melhorando tempos de espera e diminuindo o erro médico”, explica o médico Tomás Pessoa e Costa, fundador da Dioscope.
Neste ano, Francisco Goiana da Silva juntou-se à startup para liderar a estratégia de implementação no SNS e expansão internacional. O médico e antigo Diretor de Novos Negócios de Saúde no grupo SONAE acrescenta: “Queremos democratizar o acesso à boa decisão médica. Na Dioscope, cada equipa clínica, mesmo sem conhecimentos de informática, pode criar o seu próprio sistema de decisão, adaptado à realidade de cada Hospital ou Centro de Saúde. E em breve, graças ao fantástico trabalho dos Hospitais portugueses, acredito que vamos ver um SNS pioneiro nestes sistemas e demonstrar que consegue evoluir e melhorar em nome do bem-estar dos seus doentes”.
A plataforma foi criada em 2018 pelo médico Tomás Pessoa e Costa, inicialmente dedicada à formação médica digital. Em 2021, como consequência do sistema de saúde sobrecarregado pela pandemia, a startup decidiu dar um passo em frente e criar o “médico virtual”. O médico Francisco Goiana da Silva, com vasta experiência em gestão em saúde, tornou-se no aliado de Tomás Pessoa e Costa para revolucionar a eficácia dos hospitais portugueses. Durante seis meses criaram e implementaram o primeiro “médico virtual” de apoio a urgências hospitalares, chefiado pela médica internista Marta Jonet.