Com base em estudos europeus

Pode ser preciso reforçar medidas nas escolas secundárias, segundo a OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que pode ser preciso reforçar as medidas contra a pandemia Covid-19 nas escolas secundárias, tendo em conta estudos que sugerem que quanto mais velhas as crianças, maior o risco de transmissão da doença.

Numa das suas atualizações informativas, justifica esta posição com o facto de os adolescentes entre os 16 e os 18 anos transmitirem o vírus “tão frequentemente quanto os adultos e mais prontamente do que crianças mais novas”.  Por outro lado, afirma, têm sido relatados mais surtos nas escolas secundárias do que nas primárias.

“Em particular, os adolescentes mais velhos devem ser lembrados para limitarem o risco de exposição fora dos ambientes escolares, evitando situações de alto risco, incluindo espaços lotados, de contacto próximo e mal ventilados”, refere em comunicado.

Segundo a OMS, que cita alguns estudos, estima-se que as crianças menores de dez anos são menos suscetíveis e infeciosas do que as mais velhas.

“Estudos de carga viral sugerem que as crianças com sintomas carregam tantos vírus no nariz, boca e garganta quanto os adultos, mas por períodos mais curtos, com pico de carga viral respiratória logo após o início dos sintomas, seguido por um rápido declínio”, explica a OMS.

Nas escolas, a OMS aponta também a dados recolhidos no Reino Unido relativos à Grã-Bretanha e Irlanda do Norte que sugerem que a transmissão do novo coronavírus entre o pessoal operacional era mais comum, entre funcionários e alunos menos comum e de aluno para aluno era ainda menos frequente.

No entanto, sublinha que há “poucas evidências” de que os funcionários das escolas corram um risco maior de infeção quando estão no ambiente escolar do que a restante população adulta.

“Na verdade, os dados de vigilância nacional do Reino Unido indicam que os funcionários das escolas correm menor risco de infeção em ambientes escolares, quando comparados à população adulta em geral”, refere a OMS, citada pelo Sapo 24.

A organização cita ainda um outro estudo, abrangendo 57 mil cuidadores em creches nos Estados Unidos da América, que concluiu que “não havia risco aumentado de infeção” para os funcionários.

Assim, a OMS reconhece que as evidências sobre o efeito do encerramento de escolas para reduzir a transmissão do vírus na comunidade são inconclusivas e, deste modo, diz que o aparecimento de novas variantes mais transmissíveis do novo coronavírus precisará de uma análise adicional, por sexo e idade, para se medir como estas novas estirpes afetam as crianças. Contudo, refere ainda que, se se provar que as crianças são mais afetadas, “as medidas de saúde pública podem precisar de ser adaptadas”.

Fonte: 
Sapo 24
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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