Evento

Especialistas debatem as discrepâncias no acesso a tratamentos de doenças da coluna vertebral

A pandemia da COVID-19 tem acentuado as assimetrias regionais em diferentes frentes na área da saúde, uma realidade que já se fazia sentir no acesso a tratamentos de doenças da coluna vertebral e que poderá ter agravado. Para discutir esta realidade, em comparação com dados de 2011 a 2017, no âmbito do Dia Mundial da Coluna, que se assinala a dia 16 de outubro, realiza-se o evento “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS”, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.

“As doenças da coluna vertebral já são a segunda principal causa de absentismo laboral, tendo-se tornado, ao longo das últimas décadas, na principal causa de incapacidade em todo o mundo. Neste sentido, o evento “Panorama das Cirurgias à Coluna no SNS” vem reforçar a importância das linhas orientadoras para os tratamentos e para a cirurgia de coluna, com informações claras sobre a melhor forma de tratar cada doente, e, por fim, a importância de uma aposta continua na formação de cirurgiões.”, explica Domingos Coiteiro presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia.

Os principais temas de discussão com a apresentação destes dados será em torno dos atuais e emergentes métodos de diagnóstico, acompanhamento e tratamento de patologias da coluna para avaliar de que forma é que as assimetrias regionais têm contribuído para a falta de resposta a doentes com patologias da coluna e se a saúde da população portuguesa tem um impacto direto na produtividade e economia do país.

Determinados tipos de tratamentos só se realizam nos grandes centros, o que dificulta o acesso por parte dos doentes do interior. Segundo os dados que já tínhamos, era na região norte que se realizava a maior parte das cirurgias à coluna (46%). Lisboa e Vale do Tejo era a segunda região com maior número de cirurgias, com 37% dos procedimentos. Já o Alentejo e o Algarve registaram apenas 2% das operações. Resta saber estas diferenças são fruto das diferentes concentrações demográficas ou se refletem maior dificuldade de acesso aos cuidados de saúde fora dos grandes centros urbanos. Interessante será perceber, por comparação, de que forma a pandemia da COVID-19 poderá agravar esta realidade” reforça Miguel Casimiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

José Guimarães Consciência, especialista da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, frisa ainda que “segundo o estudo realizado entre 2011 a 2016, mais de metade dos doentes operados a patologias da coluna eram doentes em idade ativa (55%), o que de facto significa que a principal incidência das cirurgias à coluna vertebral não se tem detetado na população mais idosa, pelo que um eventual  atraso na sua realização induzirá certamente um aumento do absentismo laboral, para além da antecipação já frequente das reformas. Torna-se assim fundamental avaliar estes números, perceber qual foi a evolução da situação e como ela se reflete na presente realidade”.

Este evento decorre em parceria com a IASIST Portugal, empresa parte do grupo IQVIA, a par com a Campanha “Josephine Explica a Escoliose” e a Campanha “Olhe pelas suas costas”, com o apoio da Medtronic.

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
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