Foi recomendada a suspensão do uso de Hidroxicloroquina em doentes com Covid-19

De acordo com um comunicado conjunto, a decisão está em linha com a tomada de posição da Organização Mundial de Saúde (OMS), após a publicação de dados que questionam a segurança e a eficácia deste medicamento.
Apesar de o Infarmed e a DGS recomendarem a suspensão do tratamento com este medicamento, alerta-se que estas recomendações só dizem respeito ao uso na Covid-19, sendo que os doentes que estavam a ser tratados com hidroxicloroquina para outras patologias, como é o caso das doenças autoimunes como lúpus eritematoso sistémico, artrite reumatoide e malária, para as quais estas moléculas estão aprovadas, não devem suspender ou interromper o seu tratamento. Segundo estas duas entidades, o fármaco mantém-se seguro para estes casos, desde que devidamente acompanhado pelo médico assistente.
A cloroquina e hidroxicloroquina apresentaram resultados promissores em laboratório, por inibirem o SARS-COV-2 in vitro, parecendo a hidroxicloroquina ter uma atividade antiviral mais potente. A utilização da cloroquina e hidroxicloroquina foi preconizada por diversas linhas de orientação clínica internacionais.
Após estudo com mais de noventa mil doentes com Covid-19, publicado pela revista The Lancet, a 22 maio de 2020, a OMS decidiu suspender a inclusão de novos doentes em tratamento com hidroxicloroquina no ensaio clínico global Solidarity. Este ensaio estava a decorrer em vários países e ainda estava em fase de implementação em Portugal, onde não houve doentes incluídos até à data.
De acordo com a nota, os autores do estudo referem “não ter conseguido confirmar o benefício da hidroxicloroquina ou da cloroquina nestes doentes”, apontando um acréscimo de efeitos adversos potencialmente graves, incluindo “um aumento da mortalidade”, durante a hospitalização de doentes com Covid-19.
As conclusões do estudo vão agora ser confirmadas através de ensaios clínicos aleatorizados e controlados, pelo que a suspensão da hidroxicloroquina será revista à luz da revisão do Comité de Monitorização da Segurança da OMS prevista para junho.