Doentes com VIH/Sida já podem levantar medicamentos nas farmácias

O Dia Mundial de Luta Contra a Sida foi a data escolhida para o arranque do Farma2Care, que numa primeira fase irá abranger os portadores de VIH/Sida e, durante o primeiro trimestre de 2020, doentes com esclerose múltipla. Posteriormente, será estendido a doenças oncológicas, medicamentos para transplante renal e hemofilia.
«Este projeto tem uma dimensão pedagógica sobre o VIH/Sida. Ajuda a normalizar a doença, desmistificando-a e quebrando o estigma, além de permitir o tratamento num ambiente mais informal», afirma Armando Guimarães, do Grupo de Activistas em Tratamento (GAT).
A medida abrange os distritos de Viana do Castelo e Braga e os concelhos de Maia, Valongo e Porto. Neste momento, 101 farmácias do distrito de Braga aderiram à iniciativa. Mas a ideia é ir mais longe.
«É uma visão integrada de toda a medicação que os utentes têm de cumprir. O objetivo é que daqui a um ano esteja presente em todas as zonas do país», declarou o presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, durante a cerimónia de lançamento.
Uma visão partilhada pelo responsável do Farma2Care do CHUSJ, Carlos Lima Alves, que sublinhou a existência de projetos similares em Lisboa e em Coimbra: «a nossa missão é melhorar a qualidade de vida dos utentes».
De facto, dar maior liberdade de escolha e promover a adesão à terapêutica são os principais objetivos do Farma2Care, resultado de uma parceria com o CHUSJ, a Ordem dos Farmacêuticos (OF), a Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA) e Associação Nacional das Farmácias (ANF).
Diogo Gouveia da ADIFA, Ana Paula Martins, da OF, e Fernando Araújo, do CHUSJ, disponibilizaram todo o «conhecimento, vontade e tecnologia» de cada uma das suas áreas para garantir o sucesso da iniciativa, que contará com o olhar atento do INFARMED.
«Vamos avaliar os resultados e apresentar as nossas conclusões ao Governo, logo no início do próximo ano», disse o presidente do organismo, Rui Santos Ivo, explicando que pretende «criar um modelo standard para alargar o projeto a todos os distritos».