Paragem Cardíaca

Suporte básico de vida pode salvar 32 portugueses por dia

32 vidas por dia, 970 por mês e 11.640 por ano. Estas são as vidas perdidas por morte súbita cardíaca, em Portugal. Das 12.000 vítimas de paragem cardíaca, apenas 360 sobrevive. É como se todos os meses caíssem 4 aviões com cerca de 236 vítimas mortais cada.

Os dados são da Sociedade Portuguesa de Cardiologia que promove, no próximo dia 27 de abril, o maior treino de Suporte Básico de Vida de sempre, no nosso país. «Porque ser reanimado é um direito cívico, porque não podemos ter a nossa vida vetada à sorte e porque salvar vidas pode estar nas nossas mãos, aprender Suporte Básico de Vida (SBV) é um passo para não vivermos com “o coração nas mãos”», é a mensagem que esta sociedade científica pretende transmitir aos portugueses, numa ação que quer ir mais além do que apenas sensibilizar para o flagelo da morte súbita.

«Aprender Suporte Básico de Vida é um direito e um dever cívico que todos temos. Um direito porque cada português que sofre uma paragem cardíaca tem o direito a ser reanimado, mas, para que esse direito seja uma realidade, todos temos o dever de saber aplicar as manobras de reanimação, ou seja, fazer Suporte Básico de Vida.»  Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, a prevenção da morte súbita cardíaca está longe de ter uma resposta adequada, havendo ainda muito por fazer e onde é possível obter enormes ganhos em saúde. Apesar da Lei estar a ser melhorada e de existir um Serviço de Emergência Médica Pré-Hospitalar de qualidade e que cobre todo o território nacional, um cidadão que sofra um episódio de morte súbita ainda está vetado à sorte: à sorte quanto ao local onde ocorre o episódio e à sorte de ter alguém por perto que saiba atuar de forma adequada. 

De acordo com o Registo Nacional de Paragem Cardiorrespiratória Pré-hospitalar partilhado pelo INEM, em 2016, dos 12 mil casos de tentativas de ressuscitação em que as manobras de reanimação cardiopulmonar foram aplicadas, apenas 681 cidadãos chegaram vivos ao hospital, ou seja, há uma mortalidade de 95% na rua. Em mais de metade dos casos (57%) não foi realizada qualquer manobra de reanimação até à chegada do doente ao hospital e apenas 3% das vítimas sobrevive, dando nota do trabalho que temos por fazer para melhorar o sistema de socorro pré-hospitalar. 

Assim, cumprindo um dos seus grandes objetivos, o de sensibilizar para a prevenção da morte súbita cardíaca, a SPC lança uma iniciativa inédita em Portugal: reunir 1200 pessoas para treinar manobras de suporte básico de vida.  O evento integra o maior congresso nacional de Medicina Cardiovascular, o Congresso Português de Cardiologia, e é dirigido aos congressistas, mas também aos media, tutela e sociedade civil. Terá lugar no Centro de Congressos do Algarve em Vilamoura, no dia 27 de abril, às 18h00, seguido da Corrida do Coração, que todos os anos se realiza no primeiro dia do congresso, e conta com a parceria da AstraZeneca, da Câmara Municipal de Loulé, do Hospital da Luz e da Multicare e ainda do grupo TVI, como Media Partner. Será fornecido gratuitamente a cada participante um kit de reanimação cardiovascular, que inclui um manequim de reanimação e instruções que poderão depois levar para casa para treinar com a família e amigos.

Fonte: 
SConsulting
Nota: 
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