Criado grupo de trabalho dedicado à insuficiência cardíaca

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), João Morais, "a Sociedade Portuguesa de Cardiologia saúda a criação do Grupo de Trabalho para Insuficiência Cardíaca e destaca a importância da sua composição, na qual a Sociedade está representada através de várias personalidades, peritos nesta área do conhecimento. Ao definir a insuficiência cardíaca como uma prioridade nacional, a SPC está convicta que será possível reduzir, nos anos mais próximos, a mortalidade por doenças do aparelho circulatório, retirando-as do lugar cimeiro que hoje ocupam."
Em Portugal, a Insuficiência Cardíaca representa um flagelo para a saúde dos portugueses, com uma prevalência de, de acordo com o Estudo EPICA, 4.36% nos adultos, atingindo, no entanto, os 12.67% na população dos 70 aos 79 anos e 16.4% nos idosos com mais de 80 anos. Estes números, que já se apresentam alarmantes, podem vir, no entanto, a sofrer um aumento nos próximos anos se nada for feito para cessar a evolução desta síndrome. É importante salientar ainda que a Insuficiência Cardíaca se enquadra no grupo de doenças cardiovasculares -líderes nas causas de mortalidade em Portugal-, e que a população portuguesa está cada vez mais envelhecida, o que significa um aumento da prevalência destas doenças.
Após o sucesso no combate ao Enfarte Agudo do Miocárdio ao longo das últimas décadas, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia trava agora uma nova batalha: recentemente, a SPC repensou a sua estratégia enquanto sociedade e elegeu a Insuficiência Cardíaca como uma das prioridades. Deste modo, é de braços abertos que recebe a criação de um Grupo de Trabalho do Governo dedicado a esta patologia, apostando na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento, assim como na reabilitação. É fulcral, por outro lado, referir também os custos económicos crescentes que esta doença acarreta e que se estima que dupliquem a cada 5 anos, sobrecarregando o SNS.
A colaboração com outras entidades que procuram dar resposta a este problema é também um aspeto positivo, uma vez que permite uma visão mais abrangente e multidisciplinar, tão importante no âmbito das doenças cardiovasculares.
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia espera, assim, que este grupo e a aposta num trabalho conjunto venham, por fim, contribuir para a redução dos números associados à Insuficiência Cardíaca, culminando naquele que é o derradeiro objetivo da SPC: melhorar a saúde cardiovascular dos portugueses.
Neste momento a Sociedade Portuguesa de Cardiologia integra outros dois Grupos de Trabalho: Grupo de Trabalho para a definição de critérios a observar nos Programas de Reabilitação Cardíaca, e Grupo de Trabalho para a Requalificação do Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa.