Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia

Está a ser desenvolvido um novo agente de contraste que melhora resultados de imagiologia

Um grupo de investigadores do INL - Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia está a desenvolver um novo agente de contraste para imagiologia por ressonância magnética que "abre portas à deteção precoce de tumores", anunciou aquela instituição.

Em comunicado, o INL explica que se trata de nanoestruturas inovadoras baseadas em óxidos de manganês (MnxOy), tendo sido escolhido o manganês, um metal, pelas suas propriedades magnéticas, que permitem ao agente de contraste para imagiologia por ressonância magnética (MRI) ser ativado como resposta a um estímulo interno fornecido pelas células tumorais, e assim intensificar o sinal no decurso da ressonância magnética.

"A intensidade do sinal emitido pelo tecido tumoral, quando este é descoberto pelo novo agente de contraste, usado para formar imagens anatómicas através de ressonância magnética, pode aumentar até 140 vezes, permitindo incrementar a visibilidade das células tumorais de forma significativa", sublinha, no texto, o investigador principal Juan Gallo.

O investigador desenvolveu com Manuel Bañobre o estudo , cujos resultados acabam de ser publicados na versão online do jornal científico Chemistry-A European Journal, com o título "Tunable performance of manganese oxide nanostructures as MRI contrast agents".

Segundo o INL, a amplificação seletiva do sinal através da utilização de nanoestruturas baseadas em óxidos de manganês já foi demonstrada 'in vitro', sendo que a "nova abordagem" no uso de nanoestruturas para incrementar o contraste em imagens anatómicas resultantes de MRI, permite observar alterações "muito sensíveis e específicas nos tecidos, realçando estas alterações no quadro".

"Contrariamente aos agentes de contraste tradicionais, que acentuam todo o tecido de um órgão, criando ligeiros contrastes, este material afeta principalmente as células tumorais, facilitando desta forma a interpretação da imagem", acrescenta Manuel Bañobre.

No comunicado, a instituição sediada em Braga salienta que este novo agente de contraste para MRI "abre as portas à deteção precoce de tumores" ao ampliar o sinal até 140 vezes.

"O que acontece apenas quando estamos perante as condições que caracterizam os tumores, estes novos agentes de contraste permitirão visualizar mais facilmente a doença, facilitando o processo de diagnóstico. Desta forma, a melhor performance destas nanoestruturas assegura a visibilidade de tumores quando estes ainda se encontram num estado inicial da sua formação" esclarece Juan Gallo.

O projeto está a ser desenvolvido há mais de dois anos no INL, contando com a colaboração do Centro Singular de Investigación en Química Biológica y Materiales Moleculares (CIQUS) da Universidade de Santiago de Compostela e do Departamento de Física da Universidade do Minho.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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