8 e 9 de Abril - Instituto de Higiene e Medicina Tropical

Rede Lusófona de Cuidados de Saúde Primários arranca em Lisboa

Representantes dos Países Lusófonos reúnem-se em Lisboa, no próximo dia 8 e 9, para lançar a Rede Lusófona de Cuidados de Saúde Primários.

Com o apoio do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as Políticas e Planeamento da Força de Trabalho em Saúde, a Associação para o Desenvolvimento e Cooperação Garcia de Orta (AGO) lança em Portugal aquele que será o projecto que constitui a resposta ao compromisso estabelecido pelos países lusófonos na Assembleia Geral da OMS em Alma-Ata. O encontro, que terá lugar no Instituto de Higiene e Medicina Tropical, conta com a presença de representantes de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

A rede “Partilhar Saúde” surge como resposta actual e inovadora ao movimento lançado há pouco mais de 30 anos pela Assembleia Geral da OMS em Alma-Ata que, apesar da participação activa de vários países lusófonos, tem sofrido avanços e recuos, dependente dos diferentes contextos onde esta reforma tem sido implementada.

Segundo o Prof. Luís Lapão, Presidente da AGO “é importante que o caminho já trilhado e o conhecimento gerado por alguns destes países possa ser partilhado e que surjam mais sinergias para a cooperação. Com os vários países a entrarem em estadios mais avançados de desenvolvimento económico, é hoje cada vez mais necessário pensar em estratégias que levem à bem-sucedida implementação da reforma dos Cuidados de Saúde Primários (CSP)”.

A Rede Lusófona de CSP que será lançada em Portugal no próximo dia 9 irá funcionar através das ligações estabelecidas pelos investigadores e responsáveis dos diferentes países da rede de cooperação, procurando apoios para a elaboração e implementação de projectos que visem a investigação e intervenção em áreas estratégicas como Organização e Recursos Humanos da Saúde, Sistemas de Informação, Telemedicina e Governação e Qualidade.

Em termos de Organização e Recursos Humanos da Saúde o desafio será promover a retenção dos profissionais, a sua capacitação, e desenvolvimento profissional são importantes áreas a investigar. Na área de Sistemas de Informação a rede de partilha pretende potenciar a criação e implementação de sistemas e ferramentas eficazes de telemedicina, eHealth e mHealth capazes de melhorar a acessibilidade e qualidade dos sistemas de saúde.

Para a área de Governação e qualidade o trabalho centrar-se-á na busca das melhores estratégias para implementar a governação (por exemplo, a área da contratualização e da referenciação) mais adequada a cada contexto, bem como na necessidade de utilização dos conceitos da gestão de qualidade em saúde para obter ganhos de eficiência.

Paralelamente ao lançamento da rede “Partilhar Saúde” estarão ainda em debate questões como os novos serviços de eHealth e mHealth que constituem importantes oportunidades de desenvolvimento estratégico na área da saúde.

“A disponibilidade de poder servir as pessoas pelo canal internet, através do eHealth ou mHealth, abrem muito mais possibilidades às equipas de gestão de saúde não só de servirem melhor (mais proximidade e mais rápidas respostas) mas também de serem mais inovadoras e melhor ajustarem os serviços às necessidades das populações”, acrescenta Luis Lapão que se encontra a participar num estudo da Comissão Europeia para a criação de uma plataforma para melhorar o desenvolvimento de serviços eHealth.

 

Fonte: 
Multicom
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock