Na Assembleia da República

Fundação Portuguesa do Pulmão defende criação de rede de cuidados respiratórios e de reabilitação

A Fundação Portuguesa do Pulmão apresentou propostas que visem melhorar a saúde respiratória em Portugal, numa audição com a Comissão de Saúde.

A Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) esteve ontem numa audição com a Comissão de Saúde para debater os dados do relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) e apresentar propostas concretas que visem melhorar a saúde respiratória em Portugal. Dados do Relatório mostram que saúde respiratória dos portugueses está a piorar.

A FPP sugere medidas em concreto, tais como:

  • A criação de uma rede de cuidados respiratórios que inclua todos os profissionais de saúde envolvidos na prevenção e controle das doenças respiratórias em qualquer nível de cuidados, com a inclusão de unidades, fora do contexto hospitalar, de apoio a doentes com insuficiência respiratória que necessitam de ventilação.
    • Em 5 anos tiveram de ser submetidos a ventilação em unidades de cuidados intensivos, por períodos superiores a 30 dias, 6.426 doentes com um custo superior a 84 milhões de euros.

 

  • Para Teles de Araújo, presidente do ONDR e da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) “desta realidade ressalta a necessidade de serem encontradas novas formas organizativas de resposta às necessidades destes doentes, fora dos hospitais, que permitam encurtar os períodos de internamento destes doentes, libertando camas de cuidados intensivos, cuja escassez é notória".

 

  • Existem projectos privados, como o projecto REMEO, um programa de natureza privada, testado em países como a Alemanha e os Estados Unidos, que pode ser integrado na resposta a esta necessidade. Estas unidades permitiriam diminuir custos, fornecer aos doentes e familiares cuidados mais adequados e diminuir o risco de complicações inerentes aos espaços hospitalares.

 

  • Outra das medidas apresentadas pelos especialistas do Observatório na Comissão de Saúde passa pela criação de uma rede de reabilitação respiratória em Portugal. Uma vez que em Portugal apenas 0,1% dos doentes têm acesso a esta parte essencial da terapêutica de doenças respiratórias crónicas que é custo-efectiva. Estes programas assentam em 3 pilares: apoio clínico, educação e exercício.

 

  • Para Teles de Araújo “torna-se premente o desenvolvimento duma rede de reabilitação respiratória com componente hospitalar e de proximidade, de forma a tratar os doentes com impacto positivo na sua qualidade de vida e redução efectiva dos custos directos e indirectos, associados à doença”.

 

Para Teles de Araújo, as dificuldades no acesso aos cuidados de saúde primários e hospitalares, “torna essencial uma reflexão conjunta para implementação de medidas, como as sugeridas por nós – criação de uma rede de cuidados respiratórios e criação de uma rede de reabilitação respiratória, que visem melhorar esta condição com soluções custo-efectivas para o Estado e que não comprometem a saúde dos doentes”.

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
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