O que precisa saber

Disfunções sexuais femininas

Atualizado: 
14/02/2022 - 16:19
As disfunções sexuais consistem num conjunto problemas no desenvolvimento da resposta sexual humana, que se desenvolvem de forma persistente ou repetida, e que impossibilitam uma vida sexual satisfatória. Embora muito se fale no problema no masculino, a verdade é que há muitas mulheres para quem o sexo não é gratificante.

Em Portugal, estima-se que entre 40 a 70% das mulheres sofra de alguma disfunção sexual que as impede de se interessarem por sexo ou que as impossibilita de ter relações prazerosas.

Segundo a Associação para o Planeamento da Família, as causas das disfunções sexuais podem ser orgânicas, psicológicas ou mistas. Sabe-se, por exemplo, que “problemas de saúde físicos e psicológicos, uso de medicamentos, tabagismo, problemas afetivos ou de natureza relacional, falta de experiência sexual e de conhecimento do corpo, traumas sexuais, assim como fatores socio económicos e profissionais”, podem influenciar de forma negativa a resposta sexual da mulher.

Entre as disfunções sexuais femininas mais frequentes estão a falta de desejo sexual, a dispareunia e o vaginismo. Mas há outras que importa reconhecer, já que por pudor muitos casos se encontram frequentemente subdiagnosticados.

Disfunções sexuais femininas

Desejo sexual hipoativo

Segundo a APF esta disfunção caracteriza-se pela diminuição ou ausência total de desejo sexual. “A mulher não manifesta interesse por atividades sexuais ou eróticas preliminares e não sente desejo de iniciar a atividade sexual, podendo ocorrer o evitamento do contacto físico íntimo”.

Entre os fatores que podem contribui para a diminuição do desejo sexual estão “alterações hormonais, doenças endocrinológicas, toma de determinados medicamentos ou fatores psicológicos tais como depressão ou perturbações da ansiedade”.

Aversão sexual

“Atitudes negativas face ao sexo, educação sexual repressiva, historial de violência/abuso, dispareunia” são alguns dos fatores que podem contribuir para a aversão sexual, levando a que a mulher evite todo ou quase todo o contacto sexual genital.

Perturbação da excitação sexual

Traduz-se na “dificuldade em adquirir ou manter um estado de excitação sexual adequada até a consumação da atividade sexual”, frequentemente associada a ausência ou diminuição da lubrificação vaginal.

Entre os fatores que podem contribuir para a diminuição da lubrificação vaginal estão alterações endocrinológicas, “por exemplo na amamentação e menopausa”, algumas doenças crónicas como a diabetes, doença da tiroide, toma de determinados medicamentos ou tabagismo.

“Fatores psicológicos como ansiedade, stresse e depressão, assim como fatores de ordem relacional como a falta de estimulação adequada do/a parceiro/a e deficiente comunicação, são alguns dos fatores que também podem contribuir para esta dificuldade”, escreve a APF

Perturbação do orgasmo

A perturbação do orgasmo consiste na dificuldade ou incapacidade persistente ou recorrente de atingir o orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual.

Algumas doenças neurológicas, alterações hormonais, uso de determinados fármacos, álcool e consumo de algumas drogas, a idade (jovem) e atitudes negativas em relação à atividade sexual são alguns dos fatores que podem influenciar negativamente a fase orgástica.

Dispareunia

Traduz-se em dor persistente na zona genital ou pélvica durante as relações sexuais. Embora ocorra com maior frequência durante o coito, também pode ocorrer antes ou após as relações sexuais.

Na sua origem podem estar “determinados problemas orgânicos como inflamações ginecológicas, fatores relacionais, conflitos psicossexuais”

Vaginismo

De acordo com a APF, este consiste na “dificuldade da mulher em tolerar a penetração, devido à contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da vagina”.

Sabe-se que fatores orgânicos ou fatores psicológicos e emocionais podem estar na sua origem, entre eles, a falta de informação ou crenças erradas e negativas sobre a sexualidas, falta de experiência, traumas ou experiências prévias com dor.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Associação para Planeamento da Família (APF); CUF
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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