Tratamentos não invasivos

“Todas as intervenções estão balizadas por indicações e contraindicações”

Atualizado: 
08/11/2019 - 10:32
Rápidos, sem incisões e com bons resultados, os tratamentos não invasivos associados à medicina estética são cada vez mais procurados por quem quer melhorar a sua aparência ou manter um aspeto jovem. No entanto, apesar das suas vantagens há que ter em atenção que, como em todos os procedimentos, estes tratamentos apresentam alguns riscos ou contraindicações.

Os procedimentos minimamente invasivos resultaram do avanço da biotecnologia e tecnologia médica. Quem o afirma é a especialista em cirurgia plástica e reconstrutiva Ana Silva Guerra, que garante que as suas principais vantagens prendem-se com o facto de não necessitarem de internamento, bloco operatório e não deixarem marcas.

“São efetuados em regime ambulatório e em poucos minutos. Não há incisões a encerrar e a cicatrização é celere pois a agressão nunca deve ser importante o suficiente para causar incapacidade”, explica.  

No entanto, afirma que, ao contrário do que se possa pensar, “estes procedimentos comportam riscos como qualquer técnica ou intervenção e por isso a importância de serem realizados por profissionais qualificados e certificados para o efeito”.

A toxina botulínica, os preenchimentos faciais com ácido hialurónico e os peelings químicos são os tratamentos não invasivos que mais se realizam em todo o mundo.

“A principal razão para a realização destes procedimentos prende-se com o envelhecimento. Atrasar o envelhecimento, manter a jovialidade e um aspeto saudável são as principais motivações. Estes tratamentos estão indicados para isso mesmo: prevenir, atrasar as primeiras rugas, a flacidez cutânea e a perda de volume”, explica Ana Silva Guerra.

Não existindo uma regra quanto à idade em que podem começar a ser realizados (“em idade adulta!”), a especialista afirma que o processo de envelhecimento depende apenas de fatores como a genética ou estilo de vida.

No entanto, fica a ressalva: “todas as intervenções e procedimentos estão balizados por indicações e contraindicações e envolvem certamente riscos”.

Tratamento com Toxina Botulínica

Um dos efeitos mais comuns do tratamento com toxina botulínica, que consiste em injectar quantidades mínimas desta sustância diretamente nos músculos faciais para os relaxar, de modo a atenuar ou eleminar as rugas de expressão, é a dor de cabeça. De intensidade ligeira a moderada que desaparece ao fim de umas horas.

“No local da injeção pode acontecer o aparecimento de vermelhidão, inchaço, nódoa negra, sensação de picada e formigueiro”, acrescenta Ana Silva Guerra reforçando que estas reações são transitórias “e surgem, normalmente, na primeira semana após o tratamento”.

De acordo com a especialista este tratamento está contraindicado nos casos de hipersensibilidade conhecida à toxina botulínica tipo A, Miastenia Gravis, Síndrome de Eaton-Lambert e Esclerose Lateral Amiotrófica ou na presença de infeção/inflamação no local do tratamento.

“Não é aconselhada a aplicação destes produtos em grávidas ou crianças”, afirma a cirurgiã.

No caso de tomar medicamentos que afetem a fluidez e a agregação plaquetária ou a coagulação sanguínea, a especialista aconselha entre cinco a sete dias de pausa na toma destes medicamentos. Em caso de dúvida, deve sempre aconselhar-se com o seu médico, referindo, caso tenha problemas de saúde, a medicação que utiliza.

Preenchimento com ácido hialurónico 

Indicado para correção de linhas, rugas e depressões da pele, assim como para a redefinição dos contornos de lábios ou rosto, este tratamento apresenta excelentes resultados. “Dependendo da zona a tratar, das características do organismo e seus hábitos (medicamentosos, tabágicos, alimentares), os efeitos deste procedimento estético duram, normalmente entre seis a 12 meses”, sendo aconselhado um tratamento de manutenção para preservar os resultados atingidos.

Os efeitos secundários mais comuns são passageiros e incidem sobre a zona tratada. “Vermelhidão, inchaço/edema, desconforto nódoas negras. São reações leves a moderadas que desaparecem naturalmente ao fim de dois a três dias, no caso da aplicação ser no rosto, ou uma semana no caso dos lábios”, esclarece a especialista em cirurgia plástica reconstrutiva e estética.

Uma vez que o ácido hialurónico existe naturalmente no corpo humano não há risco de rejeição ao produto.

No entanto, este tratamento está contraindicado a pessoas com perturbações hemorrágicas ou “que tomem medicamentos que afetem a fluidez e a agregação plaquetária ou a coagulação sanguínea”.

Tratamento com peelings e dermoabrasão 

Indicados para tratar manchas pigmentadas, cicatrizes de acne, flacidez cutânea, estrias, poros dilatados, rugas finas e outros sinais do fotoenvelhecimento, estes procedimentos consistem na aplicação de substâncias químicas sobre a pele para induzir a renovação celular.

“A infeção da pele pode acontecer em pacientes mais suscetíveis”, alerta a especialista quanto aos riscos e efeitos secundários mais comuns. É o caso de pessoas com antecedentes de infeções por Herpes Simplex. “É possível que um peeling possa provocar uma recorrência do herpes. Assim sendo, é prudente prevenir essa intercorrência com terapêutica preventiva adequada”, aconselha Ana Silva Guerra.

Após um peeling é possível ainda ocorrer a alteração da pigmentação cutânea, podendo existir variações entre áreas mais claras e mais escuras. “O aparecimento de manchas escuras está associado, na generalidade, a uma inadequada proteção solar durante o período pós-tratamento”, explica a especialista que afirma ser fundamental a evicção solar nos primeiros 15 dias depois de um peeling, assegurando sempre a colocação de protetor solar fator 50 quando ocorrer a exposição solar.

Por fim, o efeito de limpeza pós peeling pode produzir, dois a três dias depois, “a aparição de pequeninos grânulos na pele que relembram os do acne e que desaparecem instantaneamente”.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock