Prognatismo mandibular
Visualmente, as pessoas com prognatismo mandibular aparentam um lábio inferior maior que o superior (o que tecnicamente se denomina de inversão do lábio) e um queixo demasiado volumoso e proeminente, ficando com um perfil de aspeto côncavo, lembrando uma "meia-lua”, pouco estético, tanto para o sexo feminino com masculino. Na origem desta deformidade podem estar síndromes e anomalias específicas como a microssomia hemifacial ou o síndrome de Treacher Collins, entre outros.
Mais do que um problema inestético, o prognatismo mandibular condiciona uma má relação entre dentes superiores e inferiores, denominada de má oclusão ou má mordida, uma incorreta relação da articulação temporo mandibular, um mau condicionamento dos tecidos moles da orofaringe, afetando consequentemente mastigação, fonação e respiração.
Cedo se pode começar a diagnosticar este problema de crescimento e muitas vezes começamos a observar este desenvolvimento irregular em crianças de ambos os sexos, com 4/5 anos de idade, mas pode começar a manifestar-se em qualquer momento do crescimento.
Depois de clínica e radiograficamente avaliado, com a elaboração de um estudo cefalométrico e de crescimento ósseo mandibular, pode e deve-se começar a intervir precocemente. O mau crescimento maxilar superior e mandibular pode ser condicionado e guiado, através de tratamentos ortodôntico/ortopédicos faciais efetuados no departamento de Ortodontia.
Aparelhos mio-funcionais, estimuladores e inibidores seletivos do crescimento esquelético podem começar a ser usados desde os 4/5 anos de idade, que em conjunto com sessões de terapia da fala, para ensino do correto posicionamento da língua, podem travar o mau crescimento mandibular. Outros aparelhos, como a combinação de um disjuntor palatino com uma máscara facial pode ser uma das soluções de terapêutica ortopédica dento facial, para se corrigir o prognatismo mandibular em crianças a partir dos 7/8 anos de idade. Posteriormente, pode haver a necessidade de se complementar estes primeiros tratamentos, com a colocação de aparelho ortodôntico fixo superior e inferior para se efetuar o posicionamento dos dentes, dentro dos padrões e normas dentárias.
Quando diagnosticado tardiamente, ou seja fora da idade do desenvolvimento maxilar, o prognatismo mandibular não deixa de ter solução. A combinação de tratamento ortodôntico fixo com a realização de cirurgia (denominada de cirurgia ortognática) de redução mandibular, que pode ou não ser combinada com uma cirurgia de avanço maxilar superior, é uma solução segura e eficaz, que devolve o perfil e o sorriso estético que tanto desejavam, com uma mastigação, fonação e respiração eficaz.
Uma dentição bonita não é só o reflexo de uma boca sã e cuidada, mas também de uma mastigação eficiente e livre de problemas gengivais, resultado de um correto desenvolvimento oro-facial.