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Factores de risco
A doença coronária é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos, sendo uma típica &
Electrocardiograma a ilustrar os fatores de risco da doença coronária

Calcula-se que a doença coronária é responsável, em média, por 1/3 do total de mortes entre a população dos países industrializados. É uma verdadeira "epidemia [1]" moderna, embora não seja como as antigas pragas de origem infecciosa, visto que é favorecida por uma série de hábitos e costumes próprios desta época como, por exemplo, a alimentação desequilibrada, a obesidade [2], o tabagismo [3], o sedentarismo, o stress...

Quer isto dizer que alguns dos factores de risco associados à doença são modificáveis e dependem única e exclusivamente do comportamento de cada indivíduo no que toca à sua saúde.

A doença coronária consiste na insuficiência das artérias coronárias, os vasos sanguíneos encarregues de irrigar o coração, de proporcionarem ao músculo cardíaco, o miocárdio, os nutrientes e o oxigénio de que este necessita para manter a sua constante actividade.

O depósito de gorduras e de outras substâncias na parede das artérias coronárias leva à formação de placas que estreitam a entrada dos vasos, impedindo a normal circulação sanguínea no seu interior e a correcta irrigação dos tecidos do coração. Trata-se de um processo lento e progressivo, que passa despercebido durante muitos anos, mas que ao atingir um determinado ponto provoca o défice de irrigação do miocárdio, com manifestações típicas e, muitas vezes, com consequências terríveis.

Assim, a doença coronária pode manifestar-se por uma dor torácica passageira, denominada de angina de peito [4], que resulta de um défice transitório na irrigação do miocárdio, ou por uma situação mais grave, o enfarte do miocárdio [5], em que o défice de irrigação é mais prolongado, resultando daí a necrose ou morte de células musculares cardíacas da região afectada. Por vezes, as lesões provocadas são de tal maneira graves que delas resulta a morte súbita, a terceira forma mais comum de aparecimento da doença coronária.

Hoje em dia, existem muitos meios disponíveis para tratar e prevenir as nefastas consequências desta grave doença, mas considera-se que a principal arma para a combater é a informação. Ou seja, saber em que consiste, porque se produz, como se manifesta, quando se deve solicitar ajuda médica, de que modo se diagnostica, qual o seu tratamento e, como é óbvio, o que se pode fazer para a evitar.

Factores de risco

Hipertensão arterial

Considera-se hipertensão arterial [6] à pressão arterial acima de 140x90 mmHg (milímetros de mercúrio) em adultos com mais de 18 anos. A medição deve ser feita após repouso de quinze minutos e confirmada em três vezes consecutivas e em várias visitas médicas.

Elevações ocasionais da pressão podem ocorrer com exercícios físicos, nervosismo, preocupações, drogas, alimentos, fumo, álcool e café.

O coração é uma bomba eficiente que bate de 60 a 80 vezes por minuto durante toda a nossa vida e impulsiona de 5 a 6 litros de sangue por minuto para todo o corpo.

Pressão arterial é a força com a qual o coração bombeia o sangue através dos vasos. É determinada pelo volume de sangue que sai do coração e a resistência que ele encontra para circular no corpo.

Ela pode ser modificada pela variação do volume de sangue ou viscosidade (espessura) do sangue, da frequência cardíaca (batimentos cardíacos por minuto) e da elasticidade dos vasos. Os estímulos hormonais e nervosos que regulam a resistência sanguínea sofrem a influência pessoal e ambiental.

Colesterol

O colesterol [7] é uma gordura essencial existente no nosso organismo, que tem duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado [8], e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos.

O organismo necessita de algum colesterol para produzir as membranas (paredes) celulares, hormonas, vitamina D [9] e ácidos biliares, que ajudam a digerir os alimentos.

No entanto, o corpo precisa apenas de uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades. Quando o colesterol está em excesso, deposita-se nas paredes arteriais, constituindo as chamadas placas ateroscleróticas que reduzem o calibre dos vasos, dificultando o afluxo de sangue aos órgãos e tecidos do organismo.

Quando o sangue oxigenado não chega em quantidade suficiente ao músculo cardíaco pode ocorrer uma dor no peito, a chamada angina, já referida, e se a obstrução da artéria coronária for completa pode desencadear-se um enfarte do miocárdio, com a morte de parte do miocárdio.

Do colesterol que circula no sangue e que está ligado a uma proteína (a este conjunto colesterol-proteína é conhecido por lipoproteína) existem três tipos: as lipoproteínas altas, baixas ou muito baixas, em função da respectiva proporção de proteína e gordura de cada uma e que determina a sua densidade.

Assim, as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) [10] são vulgarmente conhecidas como "mau"colesterol, por ser aquele que se deposita na parede das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais altas forem as LDL no sangue, maior é o risco de doença cardiovascular [11]; As lipoproteínas de alta densidade (HDL) [12] também conhecidas por colesterol "bom", que tem como papel a limpeza das artérias, pelo que quanto mais altas forem menor risco há de surgir doença cardiovascular; Por fim, as lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) são semelhantes às LDL, mas contendo mais gordura e menos proteínas.

As sociedades científicas europeias recomendam como valores normais um colesterol inferior a 190 mg/dl, quando se trata da população em geral. No caso dos doentes com doença coronária, ou outra doença aterosclerótica (acidente vascular cerebral [13], doença vascular periférica, etc.), diabetes [14] ou insuficiência renal recomendam-se valores de colesterol inferiores a 175 mg/dl. Já para o colesterol das LDL os valores recomendados são respectivamente inferiores a 115 mg/dl para a população em geral e a 100 mg/dl nos doentes de alto risco.

Tabagismo, alimentação inadequada e sedentarismo

A falta de actividade física em conjunto com uma alimentação rica em gorduras e super calórica está associada ao desenvolvimento da doença coronária. Esta associação pode provocar um processo de regressão funcional, perda de flexibilidade articular além de comprometer o funcionamento de vários órgãos e provocar diabetes, hipertensão arterial, colesterol, todos factores de risco da doença coronária.

Assim, uma alimentação saudável [15], a prática de actividade física [16] diariamente, o controlo do peso [17], bem como não fumar são a base indispensável para termos um coração saudável e uma vida longa e com qualidade.

A atitude mais sensata é sem dúvida a alteração do estilo de vida, tanto a nível alimentar como a nível comportamental.

Diabetes

A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glucose) no sangue. À quantidade de glucose no sangue, chama-se glicemia. Ao aumento da glicemia, chama-se: hiperglicemia [18].

A diabetes é uma situação muito frequente na nossa sociedade e a sua frequência aumenta muito com a idade, atingindo os 2 sexos. Em Portugal, calcula-se que existam entre 400 a 500 mil pessoas com Diabetes.

A diabetes é uma doença que resulta de uma deficiente capacidade de utilização pelo nosso organismo da nossa principal fonte de energia – a glucose. Muitos dos alimentos que ingerimos são transformados em glucose no nosso aparelho digestivo [19]. Ela resulta da digestão e transformação dos amidos e dos açúcares da nossa alimentação. Depois de absorvida, entra na circulação sanguínea e está disponível para as células a utilizarem.

Para que a glucose possa ser utilizada como fonte de energia, é necessária a insulina [20]. A insulina é fundamental para a vida. A sua falta ou a insuficiência da sua acção leva a alterações muito importantes no aproveitamento dos açúcares, das gorduras e das proteínas que são a base de toda a nossa alimentação e constituem as fontes de energia do nosso organismo.

A diabetes desenvolve-se quando o pâncreas [21] não produz insulina suficiente ou as células dos músculos, fígado e de gordura não usam adequadamente a insulina. Como resultado, a quantidade de glicose no sangue aumenta, enquanto as células são privadas de energia.

Com o passar do tempo, os níveis altos de glicose no sangue danificam os nervos e vasos sanguíneos, levando a complicações como a doença coronária ou o acidente vascular cerebral. A diabetes não controlada leva a outros problemas de saúde como, perda da visão, insuficiência renal e amputações.

Artigos relacionados

Colesterol: o inimigo silencioso do coração [22]

Alimentos que protegem o coração [23]

Do enfarte agudo do miocárdio ao assumir da doença [24]

Fonte: 
medipedia.pt [25]
medicosdeportugal.saude.sapo.pt [26]
APDP [27]
Foto: 
ShutterStock [28]
Sistema Cardiovascular [29]
Sistema Circulatório [30]
Tabaco, Alcool e Drogas [31]
Alimentação Receitas e Dietas [32]
Nota: 
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