4º Congresso Nacional de Medicina Tropical e 1º Encontro Lusófono de SIDA, Tuberculose e Doenças Oportunistas

O Instituto de Higiene e Medicina Tropical organiza o 4º Congresso Nacional de Medicina Tropical e o 1º Encontro Lusófono de SIDA, Tuberculose e Doenças Oportunistas, de 19 a 21 de abril, para debater questões como a epidemiologia, diagnóstico, tratamento, novas terapias e estratégias de combate a estas doenças, em Portugal e nos países de expressão portuguesa.
A mobilidade da população é o principal motor de muitos desafios globais de doenças, particularmente as infeciosas. A Professora Ana Requena Méndez, do Instituto de Salud Global Barcelona (ISGlobal), afirma que “estão a ser tomadas medidas para proteger a saúde dos refugiados e dos migrantes” e reforça que “a saúde deles está em risco, não a saúde dos cidadãos da UE”.
Ainda na opinião da professora que apresenta a experiência de Barcelona na palestra sobre “Migração e Doenças Infeciosas”, os hábitos culturais não influenciam a disseminação de doenças, mas outros fatores como as condições em que muitos migrantes são forçados a estar, podem estar relacionados com a transmissão de certas doenças como a tuberculose.
Na sua comunicação, Ana Requena Méndez alerta que as melhores práticas em matéria de prestação de cuidados aos migrantes vulneráveis e aos refugiados, devem ser uma prioridade para os decisores políticos. Defende ainda que a promoção da saúde, o rastreio e a gestão de doenças crónicas em migrantes vulneráveis e refugiados, devem ser facilitadas através de serviços integrados nos serviços primários.
Nas crianças migrantes, a principal importância das doenças infeciosas está relacionada com a grande mobilidade das pessoas por zonas endémicas de algumas patologias, e pela não existência ou o não cumprimento de um plano de vacinação abrangente por essas populações.
Na comunicação subordinada ao tema “Migrantes, doenças infeciosas e as crianças”, Ana Jorge, Presidente do Conselho do IHMT e pediatra, realça que “a variabilidade dos planos de vacinação dos países e as diferenças de acesso têm uma enorme importância.” No entanto, Portugal tem um sistema em que o acesso aos cuidados de saúde está facilitado, mas “nem sempre é do conhecimento de quem precisa.” Reforça Ana Jorge.
A informação aos profissionais de saúde é outro dos aspetos que tem de ser considerado para que o acesso seja garantido. O facto de alguns migrantes serem oriundos de zonas de guerra e viverem com grandes dificuldades socioeconómicas influencia também esta realidade.
“Estas problemáticas e desafios atuais, que afetam hoje a Saúde Global, exigem um conhecimento aprofundado dos principais determinantes de saúde e fatores de risco para a saúde dos migrantes e seus impactos nos países de acolhimento, na busca de soluções efetivas baseadas na evidência,” refere o Professor Miguel Viveiros Presidente do Congresso. “Este é um dos objetivos deste Congresso e da missão técnica, científica e pedagógica do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e do seu Centro de Investigação sobre Saúde Global e Medicina Tropical (GHTM – Global Health and Tropical Medicine),” reforça Miguel Viveiros.
Pode consultar todas as informações no site do evento, em http://4cnmt.admeus.net/.