AbbVie conclui maior programa de Fase III

Terapêutica para tratamento do genótipo 1 da hepatite C

A AbbVie concluiu o maior programa de Fase III AbbVie de uma terapêutica totalmente oral e livre de interferão para tratamento do genótipo 1 da hepatite C. A empresa espera o lançamento do fármaco no mercado americano em 2014.

A AbbVie (NYSE: ABBV) anunciou a conclusão do seu programa de ensaios clínicos de Fase III e divulgou resultados de quatro estudos adicionais concebidos para avaliar a terapêutica experimental totalmente oral e livre de interferão da AbbVie com e sem ribavirina (RBV) em doentes com infecção crónica pelo genótipo 1 (GT1) do vírus da hepatite C (VHC). Estes resultados, descritos abaixo, confirmam dados previamente divulgados pela AbbVie e demonstram ainda taxas elevadas de resposta virológica sustentada às 12 semanas (RVS12) e de tolerabilidade nestes doentes com GT1, 12 semanas após o tratamento.

 

Resultados do Programa de Ensaios Clínicos de Fase III da AbbVie

 

Estudo

Doentes

Regime terapêutico

RVS12

PEARL-II

(12 semanas)

GT1b, experimentados

(N=179)

Regime AbbVie + RBV (n=88)

97%

(85/88)

Apenas regime AbbVie (n=91)

100%

(91/91)

PEARL-III

(12 semanas)

GT1b, naïve

(N=419)

Regime AbbVie + RBV (n=210)

99%

(209/210)

Apenas regime AbbVie (n=209)

99%

(207/209)

PEARL-IV

(12 semanas)

GT1a, naïve

(N=305)

Regime AbbVie + RBV (n=100)

97%

(97/100)

Apenas regime AbbVie (n=205)

90%

(185/205)

TURQUOISE-II

(12 e 24 semanas)

GT1, naïve e

experimentados com

cirrose compensada

(N=380)

Regime AbbVie + RBV, 12 semanas (n=208)

92%

(191/208)

Regime AbbVie + RBV, 24 semanas (n=172)

96%

(165/172)

SAPPHIRE-I

(12 semanas)

GT1, naïve

(N=631)

Regime AbbVie + RBV (n=473)

96%

(455/473)

SAPPHIRE-II

(12 semanas)

GT1, experimentados

(N=394)

Regime AbbVie + RBV (n=297)

96%

(286/297)

 

“Os resultados dos estudos abrangentes de Fase III da AbbVie envolvendo 2300 doentes em 25 países demonstram o desempenho do nosso regime experimental num amplo espectro de doentes infectados com o genótipo 1 do VHC, incluindo doentes com cirrose hepática compensada”, declarou Scott Brun, M.D., vice-presidente para a área de desenvolvimento farmacêutico da AbbVie. “As elevadas taxas de resposta e tolerabilidade do nosso regime, aliadas às taxas baixas de descontinuação, são promissoras.”

O regime experimental da AbbVie consiste na associação de dose fixa de ABT-450/ritonavir (150/100 mg) co-formulado com ABT-267 (25 mg), numa toma diária única, e ABT-333 (250 mg) com ou sem ribavirina (dependente do peso), em duas tomas diárias. A associação de três mecanismos de acção distintos interrompe o processo de replicação do VHC, com o objectivo de optimizar as taxas de RVS nas diferentes populações de doentes. Em Maio de 2013, o regime da AbbVie, com e sem ribavirina, para o GT1 do VHC foi considerado uma Terapêutica Inovadora pela Food and Drug Administration (FDA - agência reguladora americana). A AbbVie estima apresentar pedidos de autorização de introdução no mercado no início do segundo trimestre de 2014. A AbbVie irá revelar resultados detalhados do estudo em futuros congressos científicos e publicações.

 

Acerca do Estudo M13-389 (PEARL-II)

O PEARL-II é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, aberto e controlado para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1b do VHC e experimentados, com a duração de 12 semanas.

A população do estudo era composta por 179 doentes experimentados, infectados com o GT1b, e sem evidências de cirrose hepática: 91 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 88 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. No grupo que não recebeu ribavirina, 100% (n=91/91) dos doentes alcançaram uma RVS12, em comparação com os 97% (n=85/88) de RVS12 no grupo que recebeu ribavirina.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga e cefaleias. Não se registaram descontinuações devido a acontecimentos adversos no grupo sem ribavirina e duas descontinuações (2%) no grupo contendo ribavirina. Não se registaram falências virológicas ou progressão em qualquer doente de ambos grupos de estudo.

 

Acerca do Estudo M13-961 (PEARL-III)

O PEARL-III é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1b do VHC e naïve de tratamento, durante 12 semanas.

A população do estudo era composta por 419 doentes naïve infectados com o GT1b e sem evidências de cirrose hepática: 209 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 210 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 99% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina (n=207/209) e 99% dos doentes tratados com o regime com ribavirina (n=209/210) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram cefaleias e fadiga. Nenhum doente descontinuou o fármaco do estudo devido a acontecimentos adversos. 0% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina e 0,5% dos doentes tratados com o regime com ribavirina apresentaram falência virológica ou progressão.

 

Acerca do Estudo M14-002 (PEARL-IV)

O PEARL-IV é um estudo global, multicêntrico, aleatorizado, em dupla ocultação e controlado com placebo para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com e sem ribavirina em doentes adultos não cirróticos, infectados com o GT1a do VHC e naïve de tratamento, durante 12 semanas

A população do estudo era composta por 305 doentes naïve infectados com o GT1a e sem evidências de cirrose hepática: 205 doentes receberam aleatoriamente o regime sem ribavirina durante 12 semanas, e 100 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 90% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina (n=185/205) e 97% dos doentes tratados com o regime com ribavirina (n=97/100) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga, cefaleias e náuseas. Dois doentes (1%) tratados com o regime sem ribavirina descontinuaram a terapêutica devido a acontecimentos adversos. Não houve descontinuações entre os doentes do grupo com ribavirina. 8% dos doentes tratados com o regime sem ribavirina e 2% dos doentes tratados com o regime com ribavirina apresentaram falência virológica ou progressão.

 

Acerca do Estudo M13-099 (TURQUOISE-II)

O TURQUOISE-II é o primeiro estudo de Fase III concluído exclusivamente em doentes cirróticos infectados com o GT1 para investigação de um regime totalmente oral livre de interferão. Trata-se de um estudo global, multicêntrico, aleatorizado e aberto para avaliar a eficácia e a segurança de tratamento com o regime AbbVie com ribavirina em doentes adultos cirróticos, naïve ou experimentados e infectados com o GT1a ou o GT1b do VHC, durante 12 ou 24 semanas.

A população do estudo era composta por 380 doentes naïve e experimentados, infectados com o GT1a ou o GT1b e com cirrose compensada: 208 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 12 semanas, e 172 doentes receberam aleatoriamente o regime com ribavirina durante 24 semanas. Após 12 semanas de tratamento, 92% dos doentes (n=191/208) alcançaram uma RVS12. Após 24 semanas de tratamento, 96% dos doentes (n=165/172) alcançaram uma RVS12.

Os acontecimentos adversos mais frequentes foram fadiga, cefaleias e náuseas. Foram registados casos de descontinuação devidos a acontecimentos adversos em quatro (2%) dos doentes tratados com o regime com ribavirina durante 12 semanas e em quatro (2%) dos doentes no grupo das 24 semanas. 6% dos doentes do grupo das 12 semanas e 2% dos doentes do grupo das 24 semanas apresentaram falência virológica e progressão.

Poderá encontrar mais informações acerca dos estudos de Fase III da AbbVie em www.clinicaltrials.gov.

A nível global, há cerca de 160 milhões de pessoas com infecção crónica por hepatite C1. O programa multinacional da AbbVie é o maior programa clínico totalmente oral e livre de interferão em doentes com o GT1 do VHC realizado até à data2. O GT1 (com os subtipos 1a e 1b) é o genótipo mais prevalente a nível mundial.

 

 

Programa de Desenvolvimento para o VHC da AbbVie

O programa de desenvolvimento clínico para o VHC da AbbVie destina-se a alcançar avanços no conhecimento científico e nos cuidados clínicos através da investigação de um regime livre de interferão e totalmente oral, com e sem ribavirina, a fim de alcançar elevadas taxas de RVS no máximo de doentes possível, incluindo em doentes que tipicamente não respondem bem à terapêutica - é o caso dos não respondedores à terapêutica com base em interferão ou dos doentes com fibrose hepática ou cirrose em estado avançado.

O ABT-450 foi descoberto na sequência da colaboração existente entre a AbbVie e a Enanta Pharmaceuticals (NASDAQ: ENTA) para investigação de inibidores da protease contra o VHC e regimes que incluem inibidores da protease. O ABT-450 está a ser desenvolvido pela AbbVie para utilização em associação com outros medicamentos experimentais da AbbVie para o tratamento do VHC.

 

Informações de segurança para a Ribavirina e o Ritonavir

A ribavirina e o ritonavir não estão aprovados para uso investigacional acima discutido. Como tal, não se devem nem podem ser extraídas conclusões no que concerne a segurança ou eficácia destes farmacos nesta utilização.

Há considerações especiais relativas à segurança que devem ser tidas em conta aquando da prescrição destes fármacos em populações aprovadas. O ritonavir não pode ser usado com determinados medicamentos, devido à existência de interacções medicamentosas significativas, nem em doentes com hipersensibilidade conhecida ao ritonavir ou a qualquer um dos seus excipientes.

A monoterapêutica com ribavirina não é eficaz no tratamento da infecção crónica pelo vírus da hepatite C, não podendo ser usada sozinha para este fim. A ribavirina provoca efeitos teratogénicos significativos, e está contra-indicada em mulheres grávidas ou a amamentar, bem como em homens cujas parceiras estejam grávidas. A ribavirina não pode ser usada em doentes com antecedentes de doença cardíaca prévia grave, disfunção hepática grave ou cirrose hepática descompensada, hepatite auto-imune, hemoglobinopatias ou em associação com peginterferão alfa-2a em doentes co-infectados com VIH/VHC cirróticos e score na escala de Child-Pugh ≥6.

 

Acerca da AbbVie

A AbbVie é uma empresa biofarmacêutica global, orientada para a investigação, formada em 2013 na sequência da separação dos Laboratórios Abbott. A missão da empresa é fazer uso da sua experiência, da dedicação dos seus colaboradores e da sua abordagem única à inovação para desenvolver e comercializar terapêuticas avançadas que respondam a algumas das doenças mais complexas e graves a nível mundial. A AbbVie emprega cerca de 25 mil pessoas em todo o mundo, comercializando medicamentos em mais de 170 países. Para mais informações acerca da empresa e dos seus colaboradores, portefólio e compromissos, consulte www.abbvie.com. Siga a empresa em @abbvie no Twitter, ou consulte as oportunidades de carreira na nossa página do Facebook ou LinkedIn.

 

1 Lavanchy D. Evolving epidemiology of hepatitis C virus. Clin Microbiol Infect. 2011; 17(2):107-15.

2 Comparação com base na análise de dados em www.clinicaltrials.gov para programas de Fase 3a de Gilead, BMS e BI, em 15 de Novembro 2013.

Fonte: 
LPM Comunicação
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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