Dos fatores de risco ao tratamento

Trombose é mais comum do que se pensa

Atualizado: 
09/10/2020 - 10:24
Estima-se que uma em cada quatro mortes no mundo está relacionada à trombose, uma doença silenciosa e com um diagnóstico clínico difícil. Apesar de bastante frequente, poucos são aqueles que reconhecem os riscos. Neste artigo, com a ajuda do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), mostramos-lhe quem está em risco e quais os sintomas a que deve estar atento.

O que é uma trombose?

A trombose consiste na formação de um coágulo de sangue (trombo), numa veia localizada profundamente que dificulta ou impede o fluxo normal de sangue. Nos casos em que o trombo é formado no interior da coxa ou da perna (também pode acontecer no braço ou noutras partes do corpo), caracteriza-se por trombose venosa profunda (TVP). O maior problema é quando o coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, correndo-se o risco de este viajar até aos pulmões e originar a embolia pulmonar (EP). Tanto a TVP como a EP podem levar à morte por tromboembolismo venoso (TEV).

Quais as causas e fatores de risco?

Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, os homens também correm o risco de sofrer uma trombose. Em números, quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição a fatores de risco, como os anticoncecionais e a gravidez. Tal como associados a grande parte das doenças, a obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool contribuem fortemente para aumentar os riscos de formação de um coágulo nas veias levando ao seu entupimento e impedindo que o sangue circule normalmente. A hospitalização constitui um fator de risco significativo para o desenvolvimento de um TEV porque cerca de 60% dos casos de TEV ocorrem durante a hospitalização ou dentro de 90 dias, no pós-alta. A população oncológica, devido à quimioterapia, radioterapia, hospitalização e imobilidade têm um risco acrescido de desenvolver um TEV.

Quais os sintomas e como pode ser prevenida?

Sendo o acesso aos cuidados de saúde fundamental, é importante que as pessoas estejam atentas à realidade desta doença e a prestar a devida atenção aos sinais do seu corpo.

A TVP (Trombose Venosa Profunda) manifesta-se habitualmente através de um dos seguintes sintomas:

  • Inchaço do pé, tornozelo ou perna;
  • Dor na barriga da perna (porque as veias da perna têm maior dificuldade de transportar
  • o sangue para o coração);
  • Sensação de pele esticada;
  • Rigidez da musculatura na região onde que se formou o trombo;
  • Calor, inchaço e vermelhidão evidente na perna ou no braço.

Os sinais da EP (Embolia Pulmonar) contemplam:

  • Falta de ar inexplicável;
  • Dor no peito (especialmente quando respira profundamente);
  • Vertigens/tonturas e/ou desmaios;
  • Tosse com sangue.

Os cuidados diários para a prevenção incluem atitudes simples como evitar ficar muito tempo sentado sem se movimentar, a necessidade de praticar exercício físico regularmente, manter uma alimentação equilibrada, manter o peso, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associadas ao cigarro e ao uso de anticoncecionais, em viagens longas utilizar sempre roupas e sapatos confortáveis e fazer uso de meias elásticas caso tenha algum histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos. Caso se identifique com alguns destes sintomas deve procurar ajuda junto do médico assistente.

Como se diagnostica? E qual o tratamento?

Sérgio Barroso, Presidente do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), alerta que, ao identificar os principais sintomas da trombose, é necessário procurar imediatamente ajuda médica para confirmar o diagnóstico da trombose suspeita e começar rapidamente o tratamento da doença.

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose venosa profunda deve começar imediatamente para impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que o coágulo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar uma possível embolia pulmonar. O tratamento pode contemplar anticoagulantes para impedir que os coágulos sanguíneos se desloquem para os pulmões e meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
ShutterStock