Dia Internacional de Sensibilização para a Escoliose assinala-se a 26 de junho

Mochilas, telemóveis e outros mitos sobre escoliose que é necessário esclarecer

Atualizado: 
23/06/2021 - 15:07
A propósito do Dia Internacional de Sensibilização para a Escoliose, que este ano se assinala no dia 26 de junho, a campanha “Josephine Explica a Escoliose” desfaz nove mitos associados a esta patologia. A campanha alerta ainda para o impacto a longo prazo que esta deformidade, que não pode ser menosprezada, pode ter na vida de uma criança.

“A escoliose é uma doença com um grande impacto na autoestima das crianças, uma vez que provoca uma deformidade visível em forma de ‘S’ na coluna, estando por vezes associada a uma verdadeira bossa do tórax (‘corcunda’). Como tal, é crucial estarmos atentos aos primeiros sinais desde cedo, facilitando a realização de um diagnóstico precoce, fundamental para o sucesso e a eficácia dos tratamentos”, explica o ortopedista pediátrico João Lameiras Campagnolo, coordenador da Campanha “Josephine Explica a Escoliose”.

 Mais de 70% dos casos de escoliose não apresentam nenhuma causa conhecida, no entanto, existem várias crenças erradas à volta das suas causas, bem como dos sintomas e tratamentos. Conheça os principais mitos associados a esta doença:

  • Mito 1 – O peso das mochilas é uma das causas da escoliose: Quando se conhece a sua origem, a escoliose está geralmente relacionada com uma doença subjacente, com fatores genéticos e hereditários. Como tal, embora a causa da escoliose permaneça desconhecida, o seu desenvolvimento não tem sido relacionado com o uso de mochilas ou ao transporte de malas pesadas.
  • Mito 2 - A escoliose pode ser causada por uma má alimentação: Sabe-se que esta doença não é causada por uma má alimentação. No entanto e embora não corrija a escoliose, manter um peso corporal adequado através de uma alimentação saudável e da prática regular de exercício físico é fundamental para a saúde, ajudando também a prevenir o surgimento de dores nas costas.
  • Mito 3 - Estar muito tempo sentado provoca escoliose: Embora o sedentarismo tenha várias implicações no que respeita à saúde da sua coluna, passar muito tempo sentado não tem implicações específicas no surgimento da escoliose.
  • Mito 4 – Passar demasiado tempo a mexer no telemóvel pode provocar escoliose: Quando utilizamos o nosso telemóvel, temos a tendência de olhar para a frente e para baixo, a chamada “posição SMS”, levando a um aumento da pressão no pescoço. Apesar de se poder traduzir em problemas posturais e musculares, contribuindo para o surgimento de dores, a escoliose não é desencadeada pelo excesso de tempo passado a utilizar o telemóvel.
  • Mito 5 - Esta é uma doença que provoca dor: Contrariamente a uma ideia que é comum, geralmente, esta doença não provoca dor. As dores nas costas podem dever-se a vários fatores, como a adoção de posturas incorretas, o transporte de malas muito pesadas ou lesões, e não necessariamente à deformidade da coluna.
  • Mito 6 - É na infância que todos os tipos de escoliose se manifestam: Embora seja frequentemente observada em crianças, a escoliose pode manifestar-se em qualquer idade, sendo mais comum a partir dos 10 anos. A partir desta idade, na maior parte das vezes, não é possível determinar o motivo do desvio da coluna. Antes desta idade, a escoliose apresenta mais frequentemente causas conhecidas, como malformações congénitas da coluna e doenças neurológicas.
  • Mito 7 - A escoliose tem cura: Esta é uma doença que não tem cura, exceto em raros casos de resolução espontânea na infância precoce. No entanto, existem formas de acompanhar e corrigir a deformidade da coluna vertebral. As opções de tratamento da escoliose podem incluir o uso de colete de correção, em casos menos graves, ou a cirurgia à coluna, nos casos mais graves ou nos casos de curvas que não responderam como esperado a um tratamento conservador. Um diagnóstico precoce contribui para que haja um acompanhamento e tratamento adequados, com evolução menos grave da escoliose.
  • Mito 8 - Todas as pessoas com escoliose precisam de ser tratadas: A escoliose pode afetar 2 a 3% das crianças e jovens, mas são menos de 1% os casos que necessitam de tratamento, uma vez que a observação pode ser uma opção para curvaturas menores.
  • Mito 9 - A escoliose impede as mulheres de terem filhos: Mulheres com escoliose podem ter filhos. No entanto, se possuírem, por exemplo, doenças genéticas ou tumores é importante haver uma apreciação prévia para avaliar a saúde da mulher e os riscos do bebé, devendo haver uma avaliação caso a caso.

A escoliose é a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes, mas também pode manifestar-se numa fase adulta. É uma doença que pode ter várias causas, mas na maior parte das vezes (70-80%) estas não são conhecidas, sendo designada de escoliose “idiopática”.

Como referido, esta doença é mais comum a partir dos 10 anos, uma idade crítica no desenvolvimento das crianças (perto do início da adolescência, durante a qual o crescimento evolui muito rapidamente), sendo crucial que os pais e os educadores estejam atentos aos primeiros sinais de alerta, procurando ajuda junto do médico de família ou do pediatra de forma a chegar a um diagnóstico precoce. A existência de uma diferença de altura entre os ombros, o descair de um dos lados da cintura ou a identificação de uma proeminência da caixa torácica (quando a criança dobra o tronco para diante) são alguns dos sinais a ter em conta.

Esta patologia, em função da sua gravidade, pode ter um grande impacto na vida do doente. Formas mais leves de escoliose podem causar um leve desconforto. Nas formas intermédias, acrescenta-se uma diminuição da autoestima (uma vez que possui uma deformidade visível aos olhos dos outros). Nas formas mais graves de escoliose podemos ter dores crónicas, órgãos internos afetados pela diminuição de espaço ou até a diminuição da esperança média de vida. 

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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