Opinião

A Inteligência Artificial é o futuro da saúde

Atualizado: 
17/08/2021 - 10:24
As áreas de implementação de Inteligência Artificial (IA) estão a crescer rapidamente. Esta tecnologia já é usada para melhorar inúmeras áreas de atividade, mas o que a IA pode oferecer na área da saúde?

Esta tecnologia tem o potencial de transformar muitos dos processos já implementados, desde o atendimento do doente à otimização dos processos administrativos. Contudo, no processo de diagnóstico iremos assistir a uma verdadeira revolução. A IA pode ter um desempenho tão bom ou melhor que os atuais métodos de diagnóstico, não os substituindo, mas auxiliando-os, possibilitando resultados mais precisos e com maior rapidez. Além disso, a capacidade de comparar os resultados de um doente com uma base de dados de milhares de resultados, pode possibilitar que o sector da saúde funcione numa base mais preventiva e definindo novas abordagens de tratamento para os pacientes.

A IA está a tornar-se sinónimo de suporte e eficiência na comunidade médica. De uma tecnologia vista com suspeita, uma vez que as alegações iniciais apontavam para a substituição dos profissionais de saúde, a IA passou a ser encarada como uma nova forma de ver e apoiar o diagnóstico de forma mais rápida e que nunca “precisa de dormir”. A inteligência artificial em diagnósticos médicos e cuidados de saúde fornece aos profissionais de saúde e instalações médicas sobrecarregadas, um suporte fiável, ajudando a minimizar a pressão de trabalho e maximiza a eficiência dos profissionais

O desenvolvimento de dispositivos de diagnóstico que utilizam IA e IoT (Internet of Things) agiliza o processo e permite um acompanhamento remoto dos doentes mesmo em locais onde os serviços de apoio ao diagnóstico médico são escassos ou de difícil acesso.

A utilização de IA e IoT, permite diminuir fortemente os custos de realização de diversos testes, além de também reduzir o tempo de espera na obtenção de resultados, mantendo altos padrões de qualidade e a garantia do acompanhamento de equipas de biomédicos em tempo real.

Neste sentido, para criar um ecossistema de desenvolvimento da IA em saúde é muito importante trabalhar em rede e envolver profissionais de saúde, doentes e tecnologia na

procura de soluções eficazes e de alto rigor clínico. Através destas redes de cooperação será possível criar confiança entre a indústria tecnológica e a comunidade médica.

A IA no diagnóstico médico, auxilia e acelera a tomada de decisões médicas, de gestão, administração e fluxos de trabalho. Pode ser usada para diagnosticar diversas patologias, sinalizar anomalias, ajudar os profissionais de saúde a priorizar mais rapidamente casos com risco de vida, diagnosticar arritmias cardíacas, prever resultados de derrames e ajudar na gestão de doenças crónicas ou agudas.

Os benefícios que a IA traz, em particular para clínicas e hospitais, são imensos, e vão desde a otimização de recursos, deteção de fraudes, como prescrição indevida de medicamentos, monitorização do paciente (sinais vitais podem ser verificados e controlados remotamente), deteção de patologias em exames, priorização de pacientes e consequente redução do de espera em casos considerados graves, otimização do trabalho dos profissionais de saúde, até à redução de custos (com a redução de comorbilidades, otimização do uso de recursos, redução de perdas de medicamentos/vacinas devido a prazos de validade), entre outros.

Nos últimos anos, a inteligência artificial usada no diagnóstico, tem-se revelado como uma promessa imensa na mudança dos padrões de atendimento médico, ao mesmo tempo em que reduz as pressões extremas sentidas pela área da saúde e em especial, na área do diagnóstico.

De acordo com o Committee on Artificial Intelligence (CAHAI) e o Conselho Europeu, a inteligência artificial está a ser usada como uma ferramenta valiosa, no apoio à luta contra a pandemia que afetou o mundo desde o início de 2020. A imprensa e a comunidade científica fazem eco às grandes esperanças que a ciência de dados e a IA possam ser usados para enfrentar o COVID-19 e "preencher as lacunas" ainda deixadas pela ciência.

Um ponto em comum entre a Inteligência Artificial e a pandemia do coronavírus é que ambas, por motivos bem diferentes, têm sido descritas como aceleradoras de futuros. E acelerar, foi justamente o objetivo das empresas que têm vindo a desenvolver modelos de IA, que permitem tornar mais rápido o processo de diagnóstico de pacientes com suspeita de Covid-19.

Os serviços de saúde, não são sustentáveis para os desafios futuros que se avizinham, desse modo, o sector necessita de metodologias e ferramentas digitais complementares.

A IA já está a promover grandes mudanças na maneira como determinados processos funcionam e no modo como pessoas e empresas se relacionam com a tecnologia. De forma muito mais rápida, intuitiva e inteligente, os processos dotados de IA são capazes de interpretar dados buscando respostas para os mais diferentes problemas e questões, auxiliando médicos e profissionais de saúde no desempenho das suas funções.

Em suma, a utilização da Inteligência Artificial na área da saúde irá tornar os serviços médicos mais sustentáveis, e melhorar os cuidados de saúde em geral para todos, num futuro próximo.

Prof. Susana de Almeida -  Scientific Manager Pantest Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS-FF) Unidade de Investigação Multidisciplinar em Biomedicina (UMIB) Grupo de Biologia e Genética da Reprodução/Medicina Celular e Molecular (BGR/MCM); Universidade do Porto (UP) – Researcher

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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