Dia Mundial da Obesidade: a pandemia silenciosa do século XXI

Inovações na medicina para o tratamento da obesidade

Atualizado: 
02/03/2022 - 11:20
O Dia Mundial da Obesidade assinala-se a 4 de março para reforçar a compreensão e o alerta sobre esta patologia, que já é considerada a epidemia silenciosa do século XXI e afeta mais de 800 milhões de pessoas, em todo o mundo. Atualmente, existe cada vez maior consciencialização para a prevenção e mais conhecimento dos diversos tratamentos possíveis. As novas tecnologias na saúde também dão uma ajuda.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade afeta entre 13 a 15% dos adultos, a nível mundial. O Dia Mundial da Obesidade, celebrado a 4 de março, pretende sensibilizar a população sobre os danos que esta patologia causa ao organismo, bem como os hábitos que ajudam à sua prevenção, ou melhoria, em casos avançados da doença. 

A obesidade é uma patologia crónica e progressiva, que é diagnosticada e classificada com base nos resultados do Índice de Massa Corporal (IMC), que se calcula em função do peso e da altura de cada pessoa.  Com base neste índice - que a partir dos 25 kg/m² já se considera uma situação de excesso de peso - podem realizar-se vários diagnósticos: sobrepeso, obesidade (tipo um e tipo dois), obesidade mórbida ou obesidade extrema. As causas da doença podem ter origem quer em fatores genéticos, quer ambientais. Embora os fatores genéticos possam ser determinantes, os fatores ambientais também devem ser tidos em conta, já que um individuo com predisposição genética para obesidade pode evitá-la, se adotar um estilo de vida saudável.

Obesidade em Portugal

Segundo os dados do Inquérito Nacional de Saúde de 2019, em Portugal 16,9% da população adulta tem obesidade e cerca de 60% tem excesso de peso (obesidade e pré-obesidade). De acordo com dados da OCDE, a prevalência de obesidade na população adulta em Portugal é de 28,7%, o que coloca Portugal como o terceiro país europeu com maior prevalência de obesidade.

Para além disso, as pessoas que vivem com esta doença correm maior risco de contrair outras patologias - como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, respiratórias, alguns tipos de cancro - e a obesidade torna-se ainda um fator de risco para complicações da COVID-19.

Causas e tratamentos

A ingestão excessiva de gorduras alimentares, a falta de exercício físico, o sedentarismo e o desequilíbrio entre os aportes e gastos de calorias são os grandes causadores desta patologia, sobretudo, quando somados a uma predisposição genética.

A prevenção da obesidade, com base na promoção de hábitos de vida saudáveis, ​​ deve ser estimulada desde a infância, através da adoção de uma boa alimentação e da prática regular de exercício físico. No entanto, nos casos de indivíduos com a doença já avançada, existem diferentes tratamentos: farmacológicos - acompanhados de dietas e exercício- em situações de sobrepeso ou obesidade mais leve, ou mesmo cirúrgicos, para casos de obesidade mórbida.

Cirurgia robótica no tratamento da obesidade

Atualmente, este tipo de intervenções cirúrgicas pode realizar-se com técnicas inovadoras, como a cirurgia robótica. O tratamento cirúrgico mais indicado para a obesidade consiste numa redução da capacidade do estomago, e existem casos em que também se realiza uma restrição na absorção de nutrientes, tendo em conta as caraterísticas de cada paciente.  O recurso ao sistema robótico da Vinci - a mais avançada tecnologia em cirurgia robótica - permite numerosos benefícios neste tipo de intervenção cirúrgica, quer para os pacientes, quer para os cirurgiões.

Para um cirurgião robótico, as vantagens desta técnica cirúrgica são diversas. Em primeiro lugar, a comodidade, dado que com o sistema cirúrgico da Vinci, o cirurgião não opera diretamente no paciente, mas sentado numa consola, a partir da qual manuseia os comandos dos instrumentos, com menor cansaço e maior tranquilidade, porque esta técnica implica menos riscos que uma cirurgia tradicional.

O sistema traduz os movimentos das mãos do médico em impulsos que são literalmente transmitidos aos braços robóticos, permitindo realizar uma cirurgia totalmente imersiva.  As vantagens são inquestionáveis em termos de precisão, quer na fase de intervenção, aumentando o controlo e reduzindo as perdas de sangue, quer na fase reconstrutiva. Com o sistema cirúrgico da Vinci, o acesso é mais fácil em anatomias complicadas, permite uma excelente visualização dos pontos de referência anatómicos e planos teciduais, são eliminados tremores fisiológicos ou movimentos involuntários do cirurgião e minimizada a fadiga postural após longas horas de intervenção.

Através deste método, a cirurgia bariátrica pode ser realizada de forma minimamente invasiva e com grande precisão. Graças à visão 3D imersiva e a uma ampliação de até 10 vezes, a precisão com que o procedimento é realizado atinge ótimos resultados e o tempo de hospitalização e pós-operatório são consideravelmente reduzidos, permitindo ao paciente retomar a vida normal em poucos dias, reduzindo ao mesmo tempo a dor, o risco de infeção ou a necessidade de mais intervenções.

A obesidade e as doenças associadas são um problema grave que afeta milhões de portugueses. Com técnicas inovadoras como a cirurgia bariátrica robótica, o tratamento melhorara consideravelmente. Tendo em conta os desenvolvimentos da medicina, as pessoas que sofrem de casos avançados desta patologia têm agora melhores hipóteses de recuperação.

Autor: 
Excelência Robótica
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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Excelência Robótica