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Hipotiroidismo e a intolerância ao frio

Atualizado: 
07/02/2022 - 12:18
É uma das disfunções da Tiroide mais prevalentes e que afeta, sobretudo, mulheres acima dos 30 anos: o hipotiroidismo define-se pela ausência ou produção insuficiente de hormonas tiroideias e, entre os vários sinais ou sintomas, pode estar presente a intolerância ao frio.

Segundo Lúcia Almeida, Endocrinologia e membro do Conselho Consultivo/Científico da ADTI, “o hipotiroidismo pode ter várias causas, sendo a autoimune a mais comum”. A tiroidite de Hashimoto, uma doença autoimune da tiroide, é a principal causa de hipotiroidismo quer em Portugal, quer na Europa. Na sua forma mais severa, esta patologia pode tornar o seu metabolismo mais lento – como se tudo funcionasse muito devagar.

No entanto, esta disfunção da Tiroide pode ainda estar associada “ao uso de determinados fármacos/medicamentos, a outras doenças ou surgir após cirurgia e radiação” em contexto de doença oncológica.

“O hipotiroidismo está associado a vários sinais e sintomas, que podem não estar todos presentes, mas que passam por pele seca, queda capilar, alterações do humor, fraqueza muscular, fadiga extrema, obstipação e intolerância ao frio”, esclarece a especialista em endocrinologia sublinhando que estes, quando a disfunção não é tratada, podem agravar num curto espaço de tempo, estando o doente sujeito a complicações mais severas. “O hipotiroidismo pode levar a complicações graves como a disfunção cardíaca e ainda a uma condição chamada “coma mixedematoso” que pode mesmo levar à morte, quando não tratado e identificado, acrescenta.

Uma vez que estamos em pleno Inverno, a médica deixa algumas recomendações para quem sofre de intolerância ao frio: “a primeira recomendação passa por seguir a prescrição médica sem esquecimentos e de forma adequada para que a função tiroideia seja rapidamente estabilizada, o que acabará por aliviar e até eliminar este sintoma, recomendando-se também o uso de roupa quente e ingestão de bebidas quentes, sendo também a hidratação crucial, nestes casos”.

Como informação geral, Lúcia Almeida sublinha que “é importante reter que esta doença é muito frequente, muito sintomática, de difícil diagnóstico baseada nos sintomas generalistas que apresenta, com graves consequências quando não devidamente diagnosticada e tratada, mas que apesar de tudo, apresenta um tratamento muito eficaz que deve ser rigorosamente cumprido”. Por isso esteja atento!

Além disso, importa ainda que saiba que apesar de ser uma disfunção mais prevalente entre o sexo feminino – estimando-se que sejam cerca de 5 a 8x superior entre as mulheres -, também os homens podem sofrer desta condição. Por isso não descure os sinais de alarme e “em caso de suspeita ou dúvida, deve ser consultado o médico desta área de intervenção para avaliação e esclarecimentos corretos”.

O tratamento do Hipotiroidismo, acrescenta a médica, é simples: “consiste em repor a hormona tiroideia em falta (tratamento disponível em Portugal consiste na levotiroxina em diversas dosagens), de forma mais ou menos similar ao que acontece num organismo saudável, repondo assim as funções fisiológicas da glândula tiroideia”.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.