Benefícios para a saúde física e mental

O poder do riso

Atualizado: 
08/05/2023 - 14:30
É do conhecimento geral que Rir traz inúmeros benefícios. Estudos científicos comprovam que o riso reforça o nosso sistema imunitário, melhora a nossa saúde mental e traz benefícios sociais.

Mas, mais do que isso, segundo Mary Payne Bennett e Cecile Lengacher, da Universidade de Kentucky, que produziram uma série de trabalhos sobre o tema, o riso:

  • Reduz a pressão arterial;
  • Diminui os fatores inflamatórios;
  • Reduz os níveis de stresse, na medida em que, ao facilitar o relaxamento diminui a presença de hormonas do stresse, tais como o cortisol e catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina);
  • Reforça o sistema imunitário.

Por tudo isto, rir traz-nos melhoria da autoimagem, da autoconfiança, da saúde mental e do bem-estar geral.

Outro aspeto relevante do riso, é que ajuda a amenizar o internamento hospitalar e melhora o quadro de depressão e ansiedade pré-operatória.

É bem possível praticar o riso mesmo quando estamos sozinhos. Por exemplo, pense em acontecimentos que considere engraçados e ria.

Mas, se rir sozinho é bom, é mais fácil fazê-lo se estivermos acompanhados. Quantas vezes nos rimos, única e simplesmente, para mostrarmos ao outro que concordamos com aquilo que ele está a dizer. E se vemos ou ouvimos alguém rir, rimos também.

Rir, tem esse efeito contagiante! Ele faz com que baixemos as nossas defesas, possibilitando a manifestação dos nossos verdadeiros sentimentos.

Desta maneira, o riso faz com que as pessoas se sintam mais próximas, gerando maior afinidade e ligação entre elas, ajudando a resolver os conflitos existentes, na medida em que, a partilha de bom humor cria, precisamente, essa ligação. Não só rimos para mostrar que gostamos do outro, como para criar laços que fazem com que nos sintamos melhor juntos.

Embora o riso seja uma atitude natural, conseguimos distinguir dois tipos de riso: o involuntário e o social. De acordo com a Neurocientista Sophie Scott “Os risos verdadeiros são mais prolongados e mais agudos. Quando começamos a rir muito, expiramos o ar dos pulmões com muito mais força do que fazemos voluntariamente. Além disso, começamos a fazer contrações e assobios estranhos. Os risos forçados são normalmente nasalados.”

Porém, conseguir diferenciar aqueles dois tipos de riso, só acontece com a maturidade do indivíduo. Com efeito, uma criança de 6 anos não consegue destrinça-los. Pela mesma razão, os adolescentes têm mais dificuldade em diferenciar os dois tipos do riso do que os adultos, pois na adolescência, a necessidade de aceitação leva o adolescente a não discernir e acompanhar qualquer tipo de riso.

Tal como Sophie Scott explica, “Não entendemos o riso antes de o cérebro atingir a maturidade no final da adolescência, ou mesmo só aos 30 ou 40 anos”. A neurocientista acrescenta ainda que “Ou perdemos o bom humor à medida que envelhecemos ou isso significa que, como entendemos melhor o riso — e ficamos cada vez melhores nisso — para nos rirmos, precisamos mais do que ouvir pessoas a rir. Precisamos da parte social”.

Por tudo isto, não fique parado e procure o humor à sua volta. Perante as oportunidades de rir que estão no nosso dia-a-dia, pense na sua saúde e dê-lhes uma oportunidade.

Não se esqueça que: “não rimos porque estamos felizes, estamos felizes porque rimos.” — William James

 

Autor: 
Dra. Margarida Mendes - psicóloga Clínica do Hospital Lusíadas Amadora
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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