Sinais de alerta

Fibrose Pulmonar: uma patologia subdiagnosticada e progressiva, onde o diagnóstico precoce é fundamental

Atualizado: 
07/09/2023 - 15:31
A Fibrose Pulmonar é uma patologia subdiagnosticada, devido ao pouco conhecimento que ainda existe acerca da mesma, bem como devido aos seus sintomas inespecíficos.

Numa fase precoce da doença, os doentes têm uma diminuição ligeira da capacidade de esforço, o que ainda lhes permite autonomia e qualidade de vida. Mas com a progressão da mesma, associada a uma diminuição daquela mesma capacidade e a uma sensação de asfixia, a limitação e a dependência serão cada vez mais acentuadas. Isabel Saraiva, Presidente da Associação Respira, refere que viver com Fibrose Pulmonar “é muito desafiante, tanto para os doentes, como para os seus familiares e cuidadores, uma vez que tarefas básicas do dia-a-dia, como caminhar pequenas distâncias, carregar pesos ou realizar tarefas domésticas apresentam grandes dificuldades para estes doentes”. 

Dispneia de esforço (intolerância crescente a esforços) e/ou tosse seca são sinais de alerta que carecem de atenção no que diz respeito à Fibrose Pulmonar. Porém, são sintomas que podem ocorrer em doenças cardíacas ou outras doenças respiratórias mais prevalentes, “o que é uma das maiores causas do reconhecimento tardio das doenças pulmonares fibróticas”, refere o António Morais, presidente da SPP. “A literacia em saúde em Portugal tem de ter um impulso significativo e a informação sobre as doenças raras, nomeadamente os sintomas de alerta devem ter um particular enfoque. Relativamente aos profissionais de saúde, é importante manter a sensibilização que numa dispneia de esforço a fibrose deve estar na equação do diagnóstico diferencial”, acrescenta.

Assim, “a terapêutica permite, pelo menos, diminuir a dinâmica da evolução, atrasando-a de forma significativa. A importância de realizar um diagnóstico atempado prende-se com a necessidade de colocar a terapêutica o mais precocemente possível, visto que, quando falamos de doenças progressivas, a progressão/agravamento da doença não é recuperável”, afirma António Morais. 

Apesar de haverem já progressos nesta área, ainda há um longo caminho a percorrer. José Alves, refere que “o número de doentes é crescente e isso tem um impacto significativo quer em recursos de diagnóstico quer no tratamento. Este crescimento está ligado ao facto de que um crescente número de Hospitais terem profissionais dedicados a esta área da Pneumologia”. Por outro lado, António Morais admite que a população deverá ser cada vez mais “sensibilizada para não desvalorizar os sintomas de apresentação, nomeadamente a intolerância ao esforço. Já os médicos, deverão ter este grupo de doenças como hipótese quando abordam o doente com queixas de dispneia de esforço e/ou tosse seca”.

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Fonte: 
Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP); Respira; Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP)
Nota: 
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