A gripe resulta da infecção pelo vírus influenza. É uma doença muito contagiosa e pode ser transmitida de pessoa a pessoa. Como o vírus da gripe sofre constantemente alterações, existem diferentes estirpes, sendo umas mais contagiosas que outras e originando doenças com diferentes graus de gravidade.
Os principais grupos de vírus da gripe são: influenza A, B e C. Os vírus do tipo A são os mais frequentes e os causadores das epidemias e pandemias [1]. Enquanto os vírus influenza B e C só infectam humanos, os vírus influenza A também podem infectar pássaros e outros animais, como porcos e cavalos. Esta capacidade única de ultrapassar a barreira das espécies faz com que o vírus influenza A possa originar pandemias.
A gravidade da doença é variável consoante o quadro clínico, que pode variar entre alguns sinais e sintomas ligeiros até à pneumonia [2] e morte. Geralmente o quadro clínico tem início súbito e, na gripe sem complicações, a doença aguda geralmente resolve-se ao fim de cerca de 5 dias e a maioria dos doentes recupera em 1-2 semanas. Porém, em algumas pessoas, os sintomas de fadiga podem persistir várias semanas.
Os sinais e sintomas mais frequentes são a febre [3], tosse [4], cefaleias [5] (dores de cabeça), astenia [6] (cansaço), fraqueza, dores musculares, dores articulares, faringite (dores de garganta), obstrução nasal [7] (nariz entupido) e rinorreia (corrimento nasal).
Os sinais e sintomas da gripe pandémica [8] são semelhantes aos da gripe sazonal [9] (gripe comum). Contudo, na gripe pandémica são mais intensos, a doença é mais grave e a morte ocorre com maior frequência relativa.
Geralmente o diagnóstico da gripe (comum) é estabelecido com base nos sinais e sintomas apresentados pelo doente, sem recurso a exames laboratoriais. Contudo, o diagnóstico laboratorial é imprescindível para a detecção de novas estirpes, para a avaliação do seu risco em saúde pública, e para a monitorização e controlo da disseminação da doença. Só pelo quadro clínico é muito difícil efectuar-se o diagnóstico diferencial entre a gripe e outras infecções respiratórias de origem vírica ou bacteriana.
Os vírus influenza são facilmente transmitidos de pessoa a pessoa, nomeadamente quando um indivíduo infectado com o vírus espirra, tosse ou fala (por expelir o vírus para o meio ambiente circunjacente).
Os vírus da gripe têm um curto período de incubação – tempo que decorre entre a infecção e o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas – geralmente de 1-3 dias. Nos adultos, a capacidade de infectar outras pessoas vai de algumas horas antes do aparecimento dos primeiros sinais sintomas até 4-5 dias depois. Nas crianças a capacidade de infectar outras pessoas pode durar 7 dias.
A principal medida de prevenção da gripe é a vacinação [10]. A vacinação deve ser repetida anualmente e deve ser feita especialmente nos grupos de risco (idosos, crianças e doentes crónicos).
Uma vez que o vírus sofre alterações frequentes que o transformam num organismo diferente, a vacinação deve também ser repetida anualmente para poder ser eficaz. Estudos apontam para que a vacina da gripe oferece uma protecção de 30 a 90 por cento aos indivíduos vacinados.
1. População em geral. Com o propósito de diminuir o número de hospitalizações e da morbi-mortalidade global;
2. Outros grupos de risco, como técnicos de saúde ambiental, trabalhadores de aviários e/ou envolvidos no abate de aves. Para reduzir o número de casos de infecção entre os trabalhadores que podem ser necessários na execução de tarefas com algum risco;
3. Residentes em comunidades fechadas, como centros de dia, lares, escolas e prisões. Para reduzir o número de casos de infecção em locais que, pelas suas características, se consideraram facilitadores da disseminação do vírus da gripe;
4. Grupos de risco acrescido, como idosos, crianças, imunodeprimidos e doentes com patologia respiratória. Para prevenir a ocorrência de complicações graves e reduzir o número de hospitalizações e mortes;
5. Outros prestadores de cuidados de saúde (por exemplo, auxiliares de acção médica e maqueiros), de assistência social (por exemplo, assistentes em instituições de solidariedade social com internamento e pessoal administrativo dos serviços de urgência) e profissões de risco no âmbito da sanidade animal(por exemplo, veterinários que lidam com aves). Para evitar a rotura de serviços essenciais, como consequência do absentismo laboral por doença;
6. Médicos e enfermeiros. Por serem os profissionais em maior risco de exposição e infecção (contacto directo com os doentes infectados), e por serem imprescindíveis para a resposta adequada dos serviços de saúde em caso de pandemia;
7. Localmente, a nível concelhio e distrital, as autoridades de saúde devem ser responsáveis pela coordenação operacional do Plano de Contingência Nacional do Ministério da Saúde incluindo a distribuição e aplicação de vacinas (logo que disponíveis).
Habitualmente, a gripe é tratada com medicamentos para o alívio dos sintomas (analgésicos, antipiréticos, descongestionantes nasais, etc.). Os antibióticos são ineficazes contra a infecção viral mas podem ser prescritos se surgir uma infecção bacteriana secundária à gripe.
Embora a vacinação seja o método mais eficiente na prevenção e controlo de epidemias e pandemias, a utilização racional de medicamentos antivíricos específicos é fundamental na profilaxia e tratamento das infecções gripais, contribuindo para dificultar a disseminação dos vírus, atenuar a intensidade e duração dos sintomas, e reduzir as complicações da doença, bem como os antibióticos [11] usados no tratamento dessas complicações (como a pneumonia).
- As mudanças de temperatura devem ser evitadas;
- Não se deve agasalhar demasiado;
- Deve medir a temperatura com frequência, com a ajuda do termómetro para verificar evolução da febre;
- Tome somente aspirina com conselho médico;
- Enquanto estiver doente não tome nenhuma vacina;
- Não saia de casa. Deixe o trabalho de lado, nem vá à escola. O melhor para curar a gripe é ficar em casa. Evite o contacto próximo com as restantes pessoas para que a probabilidade de contágio seja mínima. Ficar em casa também irá ajudar bastante na convalescença;
- Deve beber muita água e sumos de fruta;
- Como fica sem apetite, coma o que lhe mais apetecer;
- Para aliviar a obstrução nasal utilize soro fisiológico;
- As mulheres grávidas ou a amamentar não devem tomar medicamentos sem consulta [12] médica;
Muitas vezes confunde-se a constipação vulgar com a gripe comum. Embora as duas situações tenham sinais e sintomas idênticos, as suas características clínicas são diferentes. No quadro seguinte apresentam-se as principais diferenças entre as duas entidades nosológicas.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/pandemia
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/os-diferentes-tipos-de-pneumonia
[3] http://www.atlasdasaude.pt/content/febre
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/os-diferentes-tipos-de-tosse
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/dor-de-cabeca-cefaleias
[6] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/combata-fadiga
[7] http://www.atlasdasaude.pt/content/congestao-nasal
[8] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gripe-sazonal-vs-gripe-pandemica
[9] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gripe-sazonal
[10] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/vacinacao
[11] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/antibioticos
[12] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/10-passos-para-o-ajudar-sair-da-consulta-sem-duvidas
[13] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gripes-e-constipacoes-podem-originar-perdas-auditivas
[14] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gripe-ou-constipacao
[15] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gripe-sazonal-vs-gripe-pandemica
[16] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[17] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-respiratorio
[18] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/corpo-humano
[19] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/informacao-sazonal
[20] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/infeccoes