Embora normalmente estejam presentes no nariz e na pele de 20 % a 30 % dos adultos sãos e, menos frequentemente, na boca, glândulas mamárias, aparelhos geniturinário e intestinal e vias aéreas superiores, os estafilococos não costumam ser prejudiciais. No entanto, a ruptura da pele ou qualquer outra lesão podem permitir que as bactérias atravessem as defesas do organismo e causem uma infecção.
Os indivíduos propensos às infecções estafilocócicas são os recém-nascidos, as mulheres em período de lactação, as pessoas com doenças crónicas (especialmente afecções pulmonares, diabetes [1] e cancro [2]), as que apresentam afecções cutâneas e incisões cirúrgicas e aquelas cujos sistemas imunológicos estão inibidos pelo uso de corticosteróides, radioterapia, fármacos imunossupressores e medicações anticancerosas.
Sintomas
Os estafilococos podem infectar qualquer parte do corpo e os sintomas dependem da localização da infecção. Ela pode ser ligeira ou chegar a pôr a vida em perigo. Em geral, as infecções estafilocócicas produzem cavidades cheias de pus, como os abcessos e os furúnculos (furúnculos e antrazes). Os estafilococos podem circular através do sangue [3] e formar abcessos em órgãos internos, como os pulmões, bem como infecções nos ossos (osteomielite) e no revestimento interno do coração e das suas válvulas (endocardite).
Os estafilococos tendem a infectar a pele. Os abcessos estafilocócicos da pele manifestam-se como saliências quentes cheias de pus, localizadas por baixo da superfície cutânea. Em geral rebentam como o faria uma espinha de considerável volume e o pus espalha-se sobre a pele, daí poderem verificar-se mais infecções [4] se não se limpar de imediato. Os estafilococos podem também causar celulite [5], uma infecção que se propaga por baixo da pele. Geralmente também podem formar furúnculos. Duas infecções cutâneas estafilocócicas particularmente graves são a necrólise epidérmica tóxica e a síndroma da pele escaldada ,processos em que a pele pode descamar-se em largas superfícies.
Os recém-nascidos podem ter infecções estafilocócicas cutâneas, geralmente nas suas 6 primeiras semanas de vida. O sintoma mais frequente é a presença de grandes bolhas [6] cheias de um líquido claro ou pus localizadas na axila, na virilha e nas pregas do pescoço. As infecções estafilocócicas mais graves podem formar numerosos abcessos cutâneos [7], separação de grandes superfícies de pele, infecção do sangue e das membranas que revestem o cérebro e a espinal medula (meningite) e pneumonia.
As mães no período da lactação podem apresentar infecções estafilocócicas nos seios (mastite) e abcessos entre uma e quatro semanas após o parto [8]. Estas infecções costumam ser contraídas pelos bebés nas salas de neonatalogia dos hospitais e depois transmitidas ao seio da mãe quando mamam.
A pneumonia estafilocócica [9] é uma infecção grave. Os indivíduos com doenças pulmonares crónicas (como a bronquite crónica [10] e o enfisema) e os que têm gripe [11] estão particularmente expostos. Costuma provocar febre [12] muito alta e sintomas pulmonares intensos, como dificuldade em respirar, respiração acelerada e uma tosse [13] com produção de escarros que podem estar tingidos de sangue. Nos recém-nascidos e por vezes nos adultos, a pneumonia estafilocócica pode causar abcessos pulmonares e uma infecção da pleura (as membranas que envolvem os pulmões). Essa infecção, chamada empiema pleural, agrava as dificuldades respiratórias causadas pela pneumonia [14].
Apesar de uma infecção estafilocócica do sangue (bacteriemia estafilocócica) se poder desenvolver a partir de uma infecção estafilocócica localizada noutra parte do corpo, ela costuma provir habitualmente de algum elemento infectado introduzido numa veia, como, por exemplo, um cateter, o que faculta aos estafilococos um acesso directo à corrente sanguínea. A bacteriemia estafilocócica é uma causa frequente de morte nas pessoas com queimaduras graves. Em geral, surge febre alta e persistente e, em certos casos, choque.
Os estafilococos presentes na corrente sanguínea podem causar uma infecção no revestimento interno do coração e das suas válvulas (endocardite) , especialmente entre aqueles que se injectam com drogas. Esta situação pode lesar rapidamente as válvulas, provocando insuficiência cardíaca [15] e morte.
As infecções ósseas (osteomielite) afectam predominantemente as crianças, apesar de também afectarem os idosos, em particular os possuidores de úlceras cutâneas profundas (escaras por pressão). Essas infecções podem provocar arrepios, febre e dores nos ossos. Nos tecidos em cima do osso infectado surge tumefacção e vermelhidão e pode acumular-se líquido nas articulações próximas das áreas invadidas pelas bactérias. O local afectado pela infecção pode doer e, geralmente, há febre. Em certos casos as radiografias e outros estudos radiológicos podem identificar a zona infectada, mas, em regra, não são úteis para estabelecer um diagnóstico precoce.
Uma infecção estafilocócica do intestino costuma provocar febre, bem como edema e distensão abdominal, devido a uma suspensão temporária dos movimentos contrácteis normais do intestino (íleo), e diarreia [16]. A infecção é mais frequente entre os doentes hospitalizados, em especial nos que foram submetidos a cirurgia abdominal ou que tenham recebido um tratamento com antibióticos [17].
A cirurgia aumenta o risco de infecção estafilocócica. A infecção pode produzir abcessos nos pontos de sutura ou então causar uma destruição extensa do local da incisão. Estas infecções costumam aparecer entre alguns dias e algumas semanas depois de uma operação, mas podem desenvolver-se mais lentamente se o doente tiver recebido antibióticos no momento da cirurgia. Uma infecção estafilocócica no pós-operatório pode tender a piorar e constituir a chamada síndroma do choque tóxico.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/diabetes
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-cancro
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/sangue
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/infeccoes-0
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/celulite
[6] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/bolhas
[7] http://www.atlasdasaude.pt/content/abcessos-cutaneos
[8] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/parto
[9] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/pneumonia-estafilococica
[10] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/bronquite-cronica-0
[11] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gripe
[12] http://www.atlasdasaude.pt/content/febre
[13] http://www.atlasdasaude.pt/content/tosse
[14] http://www.atlasdasaude.pt/content/pneumonia
[15] http://www.atlasdasaude.pt/content/insuficiencia-cardiaca
[16] http://www.atlasdasaude.pt/content/diarreia
[17] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/antibioticos
[18] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/manual-merck
[19] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[20] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-respiratorio
[21] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/corpo-humano
[22] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/infeccoes
[23] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/infeccoes-bacterianas
[24] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/saude-infantil