A digestão é o conjunto das transformações químicas e físicas que os alimentos orgânicos sofrem ao longo de um sistema digestivo [1], para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. Por isso, a digestão inclui processos mecânicos, químicos e absortivos.
O início do processo digestivo se dá na boca, com a mastigação. Trata-se da acção mecânica da digestão que se inicia com a trituração dos alimentos na boca, e continua através de todo o tracto intestinal, por meio dos diversos movimentos peristálticos.
Nesta altura, através da acção de mastigação e da humidificação (com a ajuda da ptialina, enzima contida na saliva), os alimentos transformam-se em bolo alimentar. Dá-se de seguida a deglutição (acto de engolir) através da faringe [2] e daí para o estômago, através do esófago. O bolo alimentar é empurrado pelo esófago por meio dos movimentos peristálticos, que nada mais são que contracções musculares.
Quando o bolo alimentar chega ao estômago sofre a acção química do suco gástrico (que contem pepsina), transformando-se em quimo. O quimo segue então para a região pilórica, atravessa o duodeno onde recebe os sucos intestinais e o suco pancreático que, com a ajuda de enzimas, decomporão ainda mais a massa alimentar, transformando-a em quilo, e entra no intestino delgado. Aqui, pelo efeito dos movimentos peristálticos do intestino, o quilo vai sendo empurrado em direcção ao intestino grosso, enquanto vai ocorrendo a absorção dos nutrientes [3], com a ajuda das vilosidades intestinais. A parte que não é aproveitada do quilo é, finalmente, evacuada pelo ânus sob a forma de fezes e chegamos ao final do processo digestivo.
Ao longo do tubo e processo digestivo os alimentos são transformados por acção de fenómenos mecânicos e químicos que, no seu conjunto, constituem a digestão. Para executar estas transformações, o aparelho digestivo realiza três tipos distintos de actividades, que tornam máximo o aproveitamento dos nutrientes: secreção, movimento e absorção.
A digestão recebe o contributo de agentes que são produzidos por alguns dos órgãos que constituem o aparelho digestivo, ou então segregados por glândulas secretoras que lhes estão associadas e que, pela sua natureza, auxiliam a transformação dos alimentos em entidades químicas mais simples (secreção). A esta acção de ataque químicos também se associam, ao longo do trajecto do tubo digestivo, vários outros efeitos mecânicos que resultam da contracção das paredes de alguns órgãos que o constituem. Por exemplo, o estômago, ao contrair-se de forma própria, mistura o seu conteúdo com grande eficiência, e o esófago e o intestino delgado contribuem, com as suas contracções, para o avanço dos materiais ao longo do percurso (movimento).
As substâncias simples da nossa dieta, como a água, os sais minerais e as vitaminas [4] (excepto a vitamina B12 [5]), podem ser absorvidas ao longo do tubo digestivo sem sofrerem transformações. Contudo, as macromoléculas, como proteínas [6], gorduras [7] e hidratos de carbono [8], têm de ser transformadas em moléculas pequenas e menos complexas para serem absorvidas.
Por isso, as proteínas são desdobradas em polipéptidos, péptidos e aminoácidos. Os hidratos de carbono são transformados em açúcares simples (monossacarídeos) como a glicose, a frutose e a galactose [9], entre outros. As gorduras são parcialmente separadas em ácidos gordos e glicerinas.
Todo o tubo digestivo se encontra revestido internamente por muco em todo o seu comprimento. Este muco actua como lubrificante (facilitando o movimento dos alimentos) e ao mesmo tempo protege o epitélio do tubo digestivo contra lesões mecânicas produzidas pelos alimentos.
Por outro lado, o estômago secreta um ácido (clorídrico e pepsinogénio) cuja principal função é fornecer protecção contra colonizações de bacterianas indesejáveis e activar o pepsinogénio .
Sabia que:
- O comprimento dos intestinos é de pelo menos 7,5 metros nos adultos;
- Mastigar comida demora entre 5 e 30 segundos;
- Engolir demora cerca de 10 segundos;
- A comida pode andar às voltas no estômago durante 3 a 4 horas;
- A comida demora 3 horas a atravessar o intestino;
- Durante uma vida, o sistema digestivo aguenta com 50 toneladas de comida.
Certos alimentos são mais fáceis de digerir que outros. Quanto mais rica em gorduras for uma refeição, mais demorada será a sua digestão. As refeições ditas "pesadas" requerem uma maior produção de suco gástrico para a digestão, o que pode provocar ardor em pessoas mais sensíveis. Além disso, é frequente sentirmo-nos cheios, sonolentos e pouco activos, após este tipo de refeições.
Quanto melhor mastigarmos os alimentos, mais facilitada estará a digestão no estômago. Se pelo contrário, o estômago receber pedaços de alimentos demasiado grandes, este necessitará de produzir maior quantidade de ácido gástrico e de mais tempo para digerir os alimentos, antes de seguirem para o intestino. Por isso, uma boa mastigação limita a produção de ácido gástrico e estimula os receptores sensoriais, que dão o sinal de arranque para a produção das secreções digestivas - preparando o tubo digestivo para a recepção dos alimentos.
Recomenda-se entre 1,5 L a 2 L ou 8 a 10 copos de água por dia. Uma hidratação [10] adequada, além de manter o equilíbrio de todas as reacções físicas e químicas do nosso organismo, facilita a eliminação de toxinas pelos rins e ajuda a prevenir a prisão de ventre [11].
As águas minerais com gás podem ajudar a digestão, em caso de estômago "pesado". O chá e as infusões também podem estimular a digestão. Tenha atenção ao café muito forte ou em excesso, pois este pode provocar irritação das mucosas gástricas em pessoas mais sensíveis.
O nosso intestino é habitado por milhões de bactérias de várias espécies - a que se dá o nome de flora intestinal. Esta é indispensável ao funcionamento do intestino e à manutenção de um trânsito intestinal normal. Desta forma, prefira os alimentos que têm um melhor impacto na flora intestinal São exemplo, as fibras [12] que se encontram naturalmente em frutas, vegetais e cereais, tais como, bananas, cebolas, alho, espargos, alho-francês, tomate [13], trigo e cevada.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/sistema-digestivo
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/faringe
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/nutrientes
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/vitaminas
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/vitamina-b12
[6] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/proteinas
[7] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/gorduras-alimentares
[8] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/hidratos-de-carbono-0
[9] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/galactose
[10] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/hidratar-o-nosso-corpo
[11] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/obstipacao
[12] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/fibras
[13] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tomate
[14] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/influencia-das-cores-na-sua-alimentacao
[15] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doencas-digestivas-mais-frequentes
[16] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/plantas-e-os-problemas-digestivos
[17] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/gimnocedro
[18] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[19] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-digestivo
[20] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/corpo-humano
[21] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/vida-saudavel
[22] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/bem-estar