A aterosclerose pode causar danos a órgãos importantes ou até mesmo levar à morte. Tem início nos primeiros anos de vida, mas a sua manifestação clínica ocorre, geralmente, no adulto.
A aterosclerose é causada pela acumulação de lípidos [1] (gorduras) nas artérias, que podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos.
As artérias afectadas pela aterosclerose perdem elasticidade e, à medida que essas placas de gordura crescem, as artérias ficam mais estreitas.
Eventualmente essas placas podem romper, havendo o contacto das substâncias do interior da placa com o sangue [2], o que produz a imediata coagulação do sangue e, como consequência, a obstrução total e súbita do vaso, o que leva ao enfarte do miocárdio [3].
Geralmente, a aterosclerose não produz qualquer tipo de sintoma até que um estreitamento acentuado ou obstrução de uma ou mais artérias ocorra. À medida que as placas de gordura estreitam a artéria, o órgão afectado pode deixar de receber sangue suficiente para oxigenar os seus tecidos.
O sintoma depende do órgão afectado pela obstrução da artéria. Assim, se as artérias acometidas são as que levam sangue para o cérebro, a pessoa poderá sofrer um acidente vascular cerebral, se são as que levam sangue para as pernas, ela sentirá dor ao caminhar, podendo chegar até à gangrena. No caso de obstrução nas artérias coronárias (vasos que levam sangue ao coração), o sintoma será dor no peito, o que caracteriza a "angina" ou o "enfarte" do coração.
Esses sintomas desenvolvem-se gradualmente, à medida que a artéria é obstruída.
São vários os factores de risco que, de acordo com dados estatísticos, tendem a favorecer o desenvolvimento das placas de gordura:
Na maioria dos casos, as placas já estão bem constituídas e podem provocar repercussões nas pessoas com mais de 50 anos de idade.
A aterosclerose é três vezes mais frequente nos homens do que nas mulheres.
A incidência de aterosclerose é muito mais elevada em algumas famílias do que na população em geral.
O fumo do tabaco contém várias substâncias, como a nicotina e o monóxido de carbono, que têm um efeito nocivo sobre a parede arterial. O risco de aterosclerose é directamente proporcional à quantidade de cigarros fumados por dia.
A aterosclerose é duas vezes mais frequente nas pessoas hipertensas do que na população em geral, devido ao facto de o sangue formar turbulências que provocam lesões microscópicas na parede arterial, ao circular com mais força do que o normal.
O aumento dos níveis de colesterol [7] no sangue favorece a sua deposição, na túnica íntima das artérias, favorecendo o desenvolvimento de placas de gordura.
Nas pessoas diabéticas, que não cumpram o tratamento adequado, o risco de sofrer de aterosclerose é dez vezes superior ao do resto da população.
Estes três factores favorecem o desenvolvimento de aterosclerose, sobretudo quando se apresentam em conjunto, o que é frequente.
O consumo prolongado de pílulas contraceptivas que contêm estrogénios, uma hormona feminina, favorece o depósito de gorduras na túnica íntima das artérias.
A aterosclerose não tem um tratamento curativo, porque as placas gordura depois de formadas já não podem ser dissolvidas. Assim sendo, o mais importante é a sua prevenção, a qual consiste em controlar ou eliminar os factores de risco. Em alguns casos, é possível utilizar, com o objectivo de limitar as suas repercussões, vários tipos de medicamentos (exemplo disso são os vasodilatadores), que ocasionalmente e em casos concretos permitem manter o lúmen arterial patente. Uma outra alternativa é a realização de determinadas intervenções cirúrgicas com vista a reparar as artérias lesionadas e a restabelecer o normal fluxo sanguíneo. Por exemplo, às vezes, é possível proceder à reparação de um sector da parede arterial que apresenta grandes placas de gordura através da introdução de um cateter na artéria afectada e da utilização de vários tipos de técnicas: pode-se remover directamente uma placa de gordura do interior da artéria, ou mediante a "compressão" da placa de gordura contra a parede arterial através de um balão que se insufla a partir do exterior, após ser colocado no ponto preciso (angioplastia por balão). Pode-se colocar uma prótese metálica no interior da artéria obstruída, impedindo a sua reobstrução. Existe ainda a possibilidade de fazer uma ponte ou bypass entre um ponto anterior e outro posterior ao vaso obstruído, utilizando para tal um segmento de um vaso do próprio paciente. Este tipo de actuação reserva-se, naturalmente, para os casos de maior risco.
A aterosclerose é uma das principais causas de muitas das doenças mais graves e potencialmente perigosas dos países industrializados, o que justifica a importância da sua prevenção. Para além disso, muitas das recomendações consideradas fundamentais para se levar uma vida saudável estão destinadas a prevenir esta doença.
É possível eliminar todos os factores de risco, à excepção da idade, do sexo e da predisposição genética. Em seguida, são enumeradas as principais medidas preventivas contra a aterosclerose:
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/lipidos
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/sangue
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/enfarte-agudo-do-miocardio
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tabagismo
[5] http://www.atlasdasaude.pt/content/hipertensao
[6] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/subdiagnostico-de-hipercolesterolemia-familiar-poe-em-risco-milhares-de-portugueses
[7] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/colesterol
[8] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/diabetes
[9] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/obesidade
[10] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/deixar-de-fumar
[11] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/exercicio-fisico
[12] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/do-enfarte-agudo-do-miocardio-ao-assumir-da-doenca
[13] https://www.atlasdasaude.pt/factores-de-risco-cardiovascular
[14] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/beneficios-cardiovasculares-do-exercicio-fisico
[15] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/medipediapt
[16] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/gosaudecom
[17] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[18] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-circulatorio
[19] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/saude-senior
[20] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-cardiovascular