As AIJ são de origem desconhecida e constituem um grupo heterogéneo de doenças que se iniciam antes dos 16 anos de idade e que se caracterizam pela presença de artrite [1] de uma ou mais articulações, persistente durante, pelo menos, seis semanas.
O conhecimento destas doenças ainda é limitado.
São consideradas doenças autoimunes, cuja origem envolve factores genéticos, imunológicos e ambientais.
Há diferentes classificações, em função das características clínicas e laboratoriais detectadas nos seis primeiros meses de evolução da doença.
Artrite Sistémica: artrite acompanhada ou precedida de febre diária com picos quotidianos de 39°C, no mínimo durante três dias, acompanhada por um ou mais dos seguintes sinais:
Oligoartrite: artrite que afecta uma a quatro articulações nos primeiros seis meses da doença.
A oligoartrite persistente afecta não mais de quatro articulações em todo o curso da doença. A oligoartrite alargada afecta um total cumulativo de cinco ou mais articulações após os primeiros seis meses da doença.
Poliartrite com factores reumatóides negativos: artrite que afecta cinco ou mais articulações durante os primeiros seis meses de doença, com factores reumatóides Imunoglobulina M (IgM) persistentemente negativos.
Poliartrite com factores reumatóides positivos: artrite que afecta cinco ou mais articulações durante os primeiros seis meses de doença, com factores reumatóides IgM persistentemente positivos.
Artrite psoriática [2]: artrite associada à psoríase (doença cutânea caracterizada por descamação epidérmica provocada pela inflamação crónica da derme) ou artrite associada a pelo menos dois dos seguintes sinais:
Artrite relacionada com entesite: artrite e entesite com dor à palpação na inserção de tendão, ligamento, cápsula articular ou fáscia no osso; ou artrite e entesite com, pelo menos, dois dos seguintes factores:
Outras artrites: artrites com causa desconhecida, com duração igual ou superior a seis semanas e que não são classificáveis em nenhuma das anteriores ou que podem ser classificáveis em mais de uma das categorias anteriores.
Não são conhecidos factores de risco determinantes. É muito raro acontecer antes dos seis meses de idade. Sendo as AIJ de etiologia desconhecida, não é possível a prevenção primária.
Normalmente é necessária a intervenção de uma equipa multidisciplinar e coordenada, onde a colaboração da família é fundamental.
O tratamento das AIJ engloba múltiplos factores, desde a educação da criança e da família, a terapêutica farmacológica, a medicina física e reabilitação, vigilância oftalmológica e estomatológica e, até por vezes, cirúrgica.
O apoio psicológico e social ao doente e à família também é muito importante.
Entre as medidas terapêuticas gerais incluem-se:
É também importante a prevenção e tratamento de eventuais complicações extra-articulares, nomeadamente da uveíte [4], aguda ou crónica, das alterações do crescimento, da osteoporose [5] e da amiloidose secundária.
O acompanhamento da evolução das AIJ deve ser periódico, por pediatra e reumatologista, oftalmologista e estomatologista. São também necessários exames laboratoriais periódicos e, sempre que adequado, radiografias das articulações afectadas.
Periodicamente deve também ser feita a avaliação da capacidade funcional e da qualidade de vida do doente.
As AIJ têm um prognóstico muito variável e imprevisível, sobretudo nas fases iniciais da doença. O prognóstico depende, por isso, da forma de início e da evolução da doença.
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/artrite
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/artrite-psoriatica
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/psoriase
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/uveite
[5] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/osteoporose
[6] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/portal-da-saude
[7] https://www.atlasdasaude.pt/foto/pixabay
[8] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/saude-infantil
[9] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-musculoesqueletico