O cancro do pâncreas ocorre quando se formam células malignas no pâncreas [1]. A doença progride rapidamente mas, normalmente, é assintomática nos estadios iniciais.
No pâncreas podem desenvolver-se tumores malignos distintos. Em cerca de 70 por cento dos casos, o tumor surge na cabeça do pâncreas, enquanto cerca de 20 por cento aparecem no corpo do órgão e apenas 10 por cento desenvolvem-se na cauda.
Os cancros que se desenvolvem no corpo e na cauda do órgão podem passar despercebidos até às fases de evolução mais avançadas e, normalmente, quando são descobertos, é tarde para aplicar um tratamento curativo. Por outro lado, os que se situam na cabeça do órgão têm, por vezes, manifestações características que servem de indício para o problema e podem facilitar o diagnóstico.
O risco de cancro do pâncreas aumenta com o envelhecimento. Afecta maioritariamente pessoas acima dos 55 anos, sendo a idade média do diagnóstico de 72 anos.
Os homens têm uma probabilidade ligeiramente maior de desenvolver cancro do pâncreas do que as mulheres, o que em parte pode resultar do consumo de tabaco [2] ser maior pelos homens.
Incidência e mortalidade
A taxa de sobrevida média aos cinco anos do cancro do pâncreas é cerca de 5%. Esta taxa desce para 1,6% em doentes com cancro do pâncreas metastático.
Doentes com cancro do pâncreas inoperável ou com metástases têm uma sobrevivência média de apenas 3 a 6 meses. O cancro do pâncreas é a segunda neoplasia maligna mais frequente do tubo digestivo, após o cancro do cólon, e a quarta mais frequente causa de morte por cancro na Europa.
O cancro do pâncreas compreende, aproximadamente, 3% de todos os cancros e é responsável por 5% da mortalidade específica por cancro.
Diagnóstico
Devido ao cancro do pâncreas ser, normalmente, assintomático durante muito tempo, o diagnóstico é feito, muitas vezes, tardiamente. Em 60% dos casos o diagnóstico é feito numa fase tardia e avançada da doença.
Para além das manifestações clínicas, há análises de sangue que podem fazer suspeitar da doença e a confirmação passa por métodos de imagem que identificam a lesão. Habitualmente a ecografia abdominal, a TAC abdominal, ressonância magnética e a ecoendoscopia são os métodos mais utilizados, embora cada um deles tenha a sua respectiva indicação. A confirmação histológica (estudo microscópico das biopsias) pode também estar indicada em alguns casos.
Sintomas
Os cancros que se desenvolvem no corpo e na cauda do pâncreas costumam ser assintomáticos até às fases de evolução mais avançadas e, normalmente, quando são descobertos, é tarde para aplicar um tratamento curativo. Por outro lado, os que se situam na cabeça do órgão têm, por vezes, manifestações características.
O tumor que atinge a cabeça do pâncreas pode provocar obstrução biliar e icterícia [3] (pele e os olhos amarelados), facilitando o diagnóstico. Quando a doença está mais avançada, surge com frequência uma dor localizada nas costas, uma dor contínua e forte, que se mantém durante a noite e que se intensifica com o tempo.
Outro sintoma do tumor é o aumento do nível da glicose no sangue, causado pela deficiência na produção de insulina (hormona produzida no pâncreas).
Com o desenvolvimento do tumor, o paciente apresenta também perda de apetite, náuseas e vómitos [4], bem como problemas digestivos provocados pela falha da função pancreática. O que, consequentemente origina um emagrecimento progressivo com uma significativa perda de peso.
Verifica-se que, alguns dos sintomas mais frequentes do cancro do pâncreas, são vagos e pouco específicos, como a perda de apetite e de peso, a falta de força e, por vezes, a diarreia [5], sendo facilmente confundido com outras patologias, o que aumenta a dificuldade do diagnóstico por doentes ou mesmo profissionais de saúde não associarem de imediato o conjunto dos sintomas a este tipo de cancro.
Factores de risco
Desconhecem-se as causas exactas do cancro do pâncreas. No entanto, investigações têm revelado que as pessoas com determinados factores de risco estão mais predispostas a desenvolver cancro do pâncreas. São eles:
Tratamento
O único tratamento curativo para o cancro do pâncreas é a cirurgia, que consiste na extracção do tumor e dos tecidos adjacentes presumidamente infiltrados. Por norma, procede-se à remoção completa do pâncreas (pancreatectomia), medida que se pode complementar com a radioterapia e a quimioterapia. Depois da operação, o paciente terá de tomar durante toda a vida preparados com enzimas digestivas e medicamentos hormonais que substituem as secreções do pâncreas.
No entanto, a cirurgia é apenas é possível numa percentagem reduzida dos casos, quando o tumor ainda se encontra nas primeiras fases, ou seja, em doentes que possuem um cancro localizado, sem metástases. Contudo, em cerca de 60% das pessoas com cancro do pâncreas o diagnóstico é feito numa fase tardia e que não podem ser sujeitos a cirurgia.
Recentemente foi aprovado pela Autoridade Europeia do Medicamento (EMA) um tratamento para o cancro do pâncreas metastático, a primeira terapêutica inovadora a ser aprovada em 7 anos para o cancro do pâncreas e que comprovou, em estudos clínicos, aumentar a sobrevida da doença.
Este aumento de sobrevida representa um passo importante no tratamento deste cancro cujo tempo médio de sobrevivência à doença em estado avançado é, em média, de apenas 3 a 6 meses.
O mecanismo de acção desta terapêutica é dirigido ao tumor no pâncreas, permitindo uma optimização da actuação do fármaco e melhorando o acesso do medicamento às células do tumor.
Dados e factos
Ligações
[1] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/pancreas
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-tabaco
[3] http://www.atlasdasaude.pt/content/ictericia
[4] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/nauseas-e-vomitos
[5] http://www.atlasdasaude.pt/content/diarreia
[6] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/hillknowlton-strategies-portugal
[7] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/tumores
[8] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-digestivo