Uma palavra para descrever uma doença reumática menos frequente que a osteoartrose [1] e a osteoporose [2], mas que é frequente nos idosos.
Falemos da Polimialgia reumática (PMR) que se manifesta com dor e limitação nos ombros e nas ancas, afetando seriamente a autonomia destes doentes e que se acompanha de manifestações gerais e sistémicas com febre habitualmente baixa, perda de peso e do apetite, acompanhadas de alteração do humor e depressão. O envolvimento da coluna cervical acompanha muitas vezes o quadro inicial.
Na observação clínica, estes doentes apresentam grande dificuldade dos movimentos ativos, particularmente na elevação dos ombros e dificuldade em se levantarem repetidamente de uma cadeira sem apoio.
Rapidamente perdem autonomia, não conseguindo levantar os braços, pentearem-se ou calçar os sapatos. Esta limitação contrasta com a facilidade com que o médico mobiliza passivamente as mesmas articulações diferenciando-se assim do quadro clínico da Artrite Reumatoide [3] e de outros reumatismos inflamatórios.
A prostração com fadiga intensa e a perda de peso podem fazer pensar em doenças malignas mas é a dor e a incapacidade que dominam o quadro.
Do ponto de vista laboratorial a velocidade sedimentação (VS) e a proteína C reativa (PCR) estão habitualmente muito elevadas, como acontece em quadros inflamatórios agudos ou infecciosos com anemia [4] presente.
Uma prova terapêutica com corticoesteroides em dose média ou média alta provoca uma rápida resposta clínica em apenas alguns dias. 20% destes doentes podem ter associado um quadro de arterite temporal com dor, tumefação e edema da artéria temporal superficial e/ou claudicação da fala, por arterite de células gigantes. Esta apresentação pode acompanhar-se de uma inflamação do nervo ótico com evolução rápida para a cegueira irreversível.
O diagnóstico clinico é feito pela história que o doente nos conta que sugere doença muito ativa e agressiva, contrastando com a facilidade e ausência de dor nos movimentos feitos pelo médico sem a colaboração do doente (movimentos passivos). A ocorrência de anemia com VS e PCR elevadas em doente idoso admitem o diagnóstico que se confirma com a prova terapêutica com corticoides que numa semana recuperam surpreendentemente o doente.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/osteoartrose-0
[2] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/osteoporose
[3] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/artrite-reumatoide-o-que-e
[4] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/anemia
[5] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doencas-reumaticas-sao-mais-comuns-do-que-se-julgava-afirma-especialista
[6] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/doencas-reumaticas-sao-o-principal-motivo-de-consulta-nos-cuidados-de-saude
[7] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/dor-em-reumatologia
[8] https://www.atlasdasaude.pt/foto/pixabay
[9] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-musculoesqueletico
[10] https://www.atlasdasaude.pt/autores/dr-antonio-vilar-reumatologista-coordenador-da-unidade-de-reumatologia-do-hospital-lusiadas