O número de pessoas com Epilepsia [1] no nosso país não se pode determinar com rigor, sendo contabilizado através de estudos em cerca de 4 a 7 mil habitantes, o mesmo que 1 em cada 200 pessoas. O número de pessoas que não são epilépticas mas que podem ter uma crise convulsiva é bastante maior, cerca de 1 em cada 20.
Em grande parte das epilepsias não é possível determinar a causa, chamadas de Epilepsia Idiopática ou Primária, em que existe maior probabilidade de aparecer na mesma família.
Quando existem lesões que atingem o cérebro e deixam marcas, pode ser uma razão para o início de crises epilépticas. São chamadas de Epilepsias Secundárias e, normalmente, não são transmitidas de pais para filhos.
A Epilepsia pode manifestar-se com crises de características diferentes:
Têm características que dependem da localização do foco no cérebro, bem como da sua propagação ou não às restantes células cerebrais e podem ser classificadas como simples ou complexas.
Caracterizadas por contracções repetidas de um dos membros da face.
Caracterizadas por uma modificação súbita da actividade, com alheamento do meio circundante e muitas vezes acompanhadas de movimentos automáticos despropositados (vestir ou despir, caminhar, mastigar ou engolir).
Quando as descargas atingem de forma global todo o córtex cerebral causando crises convulsivas generalizadas e pequenas paragens de actividade, com alheamento de duração muito curta quase imperceptíveis.
O diagnóstico é feito essencialmente por um médico. A descrição das crises, feitas pelo doente ou pelos familiares, é, na maior parte das vezes, suficiente para o diagnóstico.
Efectuar alguns exames, como por exemplo o Electroencefalograma [2] (EEG), a Tomografia Axial Computorizada (TAC [3]) ou a Ressonância Magnética (RM), ajudam o médico a classificar ou determinar com maior rigor a causa de alguns tipos de crises.
Apesar do tratamento apenas controlar o número de crises, muitas formas de Epilepsia evoluem espontaneamente para a cura.
Na maior parte dos casos é possível um controlo absoluto, desde que os doentes sigam as instruções recomendadas pelo médico.
O aparecimento de novos fármacos e o recurso a outros tipos de tratamento permitem manter uma esperança de diminuição progressiva do número de doentes não controlados.
Uma vez que as crises acontecem subitamente, é necessário manter o doente constantemente sobre acção dos medicamentos.
Normalmente, um único fármaco controla completamente as crises na maioria dos doentes, sendo rara a necessidade de recorrer a um segundo fármaco.
Uma alimentação saudável evitando bebidas alcoólicas é o mais aconselhado, pois o álcool diminui a eficácia dos medicamentos.
Sim, os epilépticos podem e devem trabalhar. Contudo há que ter em atenção algumas profissões que podem por em risco a sua integridade física, no caso de uma eventual crise, se estas não estiverem totalmente controladas.
O mergulho e o alpinismo são apenas dois exemplos de desportos que nenhuma pessoa com Epilepsia deve praticar. O ciclismo, a natação e o hipismo são outros exemplos de desportos que podem acarretar alguns riscos na eventualidade de uma crise. O desporto é saudável para todos e neste caso a ajuda médica para a escolha de um desporto adequado é essencial.
Ter Epilepsia não é impedimento para ter filhos, contundo a situação deverá ser avaliada pelo respectivo médico de família, pois existem algumas medidas a tomar para que não aconteçam consequências desagradáveis para a criança.
O risco para o filho de um doente com Epilepsia vir a ter a doença é semelhante ao da população em geral, desde que o outro progenitor não tenha também história de Epilepsia na família directa.
Não existe qualquer diminuição da capacidade intelectual num doente com Epilepsia, logo a escolaridade deve ser a normal de qualquer criança.
Em casos em que a Epilepsia tenha de alguma forma provocado lesões cerebrais, criando um atraso no desenvolvimento, a aprendizagem deverá ser adaptada às suas capacidades.
Ligações
[1] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/o-que-e-epilepsia
[2] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/electroencefalograma
[3] http://www.atlasdasaude.pt/publico/content/tac
[4] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/epilepsia-e-pratica-desportiva
[5] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/emprego-e-epilepsia
[6] https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/epilepsia-0
[7] https://www.atlasdasaude.pt/fonte/epilepsiapt
[8] https://www.atlasdasaude.pt/foto/shutterstock
[9] https://www.atlasdasaude.pt/taxo-categories/sistema-nervoso